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16/08/2012 11h29

Opinião No mundo barulhento, a urgência do silêncio

No mundo barulhento, a urgência do silêncio

Estamos vivendo em uma sociedade barulhenta. O barulho vem de toda parte, do mundo exterior e também do mundo interior de cada pessoa. Agora, à medida em que praticamos e, principalmente, nos aprofundamos no silêncio, encontraremos a excepcional Presença que transforma nosso viver.

O silêncio é fruto de reeducação. Estamos acostumados com ruídos, tumultos, algazarras e a conseqüência desse mau hábito é: estresse, desorientação, conflito interior e tantas outras coisas que prejudicam muito nossa qualidade de vida, nos distanciando da Presença que nos dá vida em abundância, vida com sabor.

Como então sair desse caos e nos educar para o silêncio? Ter uma consciência desperta saindo das distrações e entrando lentamente e cotidianamente em contato com a prática do silêncio que só trás benefícios e recompensas.

Existem pessoas que percebem a necessidade urgente do silêncio, outras estão sobremaneira absorvidas pelo barulho que nem se dão conta da preciosidade que é o silêncio. Mas, o que realmente importa é que todos podem retomar e recomeçar sempre.

Lembro-me de uma frase de um dos meus escritores preferidos Luigi Giussani: “De fato, quando as garras de uma sociedade adversa se apertam em torno de nós, até ameaçando a vivacidade de uma nossa expressão, e quando uma hegemonia cultural e social tende a penetrar no coração, instigando as já naturais incertezas, então é chegado o tempo da pessoa”.  

Muitas vezes nos encontramos num colapso em todas ou em quase todas as áreas de nossa vida. É chegado o tempo da pessoa. O tempo do silêncio. O tempo do encontro com a Divina Presença. A partir desse encontro pessoal e indescritível tudo em nós vai se transformando. É como se estivéssemos andando no escuro e, de repente, tudo fica iluminado. “A pessoa é a sua autoconsciência” que vai ficando consistente passo a passo. Depois do encontro, da convivência com Ele, reconhecendo-O no mundo contemporâneo, os seus sinais indiscutíveis vão ficando cada vez mais visíveis e vamos aprendendo a levar em conta a justiça, a verdade, o belo... Não estamos falando de um silêncio apenas com ausência de barulhos, e sim de um silêncio repleto de significados. Um silêncio que traz consigo aquela paz impossível de encontrar no mundo externo.

Fazer a experiência do silêncio torna-nos cada vez mais autoconscientes do eu. Ficamos mais humanos, realizados, felizes, verdadeiros, devido ao encontro com a Presença. O silêncio não vem como milagre, mas como um caminho a ser percorrido. Através da prática do silêncio podemos aprofundar a certeza que Alguém nos ama muito e através da experiência com esse Amor, qualquer que seja a realidade que nos encontrarmos, vamos olhar as coisas, o momento presente, com todas as circunstâncias de maneira diferente. Vamos identificar o que realmente nos corresponde.

Na sociedade atual não basta ver as coisas e as pessoas simplesmente como óbvias, de qualquer jeito, é preciso que aquilo que observamos, vemos ou constatamos, seja uma evidência dessa Presença e possa nos tocar.

O exercício do silêncio nos leva a um encontro inesquecível. Após o encontro temos a possibilidade da convivência e, a cada dia, vai confirmando a certeza que no caminho temos uma Companhia excepcional nos guiando. Mesmo em situações dramáticas, tortuosas e caóticas, podemos fazer a experiência de verificar que trazemos dentro de nós a novidade, o gosto pelo belo, que advém do olhar da Divina Presença que nos marca profundamente, e assim estaremos prontos para viver a vida, viver a realidade, viver o presente com intensidade.

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