A história de uma cidade ligada a um patrimônio religioso. Este é o cenário em Boa Esperança (MG), que neste mês comemora os 200 anos de existência da Paróquia de Nossa Senhora das Dores.
Desde 1999, a paróquia pode ser chamada também de basílica, título dado pelo Papa João Paulo II. Com isso, o local tornou-se parte do patrimônio cultural e histórico da cidade. Na região, existem apenas quatro igrejas com título de basílicas menores concedidas pelo Papa. Além da de Boa Esperança, as outras três são a Basílica Menor de Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Rio Verde (MG), Basílica Menor de Nossa Senhora do Carmo, em Borda da Mata (MG) e a Basílica Menor de Nossa Senhora da Saúde, em Poços de Caldas (MG).
As mudanças sofridas na paróquia são visíveis. Criada em 1813, ela passou por várias reformas e adequações, como o Cristo, que só foi colocado dentro da igreja em 1950. Hoje, o altar segue o estilo barroco e é banhado a ouro. No centro, abriga a imagem de Nossa Senhora das Dores, que pode ser contemplada por até três mil pessoas, que é a capacidade do espaço.
Quem mantém o local e cuida da história é o sacristão Marcos Antônio dos Santos, que deixou a profissão de pedreiro para dedicar-se à paróquia. “Eu adoro a vida aqui. Não me imagino vivendo de outra forma”, considerou.
No entanto, mesmo após muitas reformas, a paróquia é considerada um cartão postal do município e envolve as histórias de vidas de muita gente que vive no local, como é o caso da aposentada Marisa Parreira, que foi batizada, crismada e viu as irmãs se casarem no mesmo local. “Eu tenho muitas lembranças vividas na paróquia, inclusive de uma celebração que envolveu as bodas de brilhante dos meus avós, as bodas de ouro dos meus pais e as bodas de prata da minha irmã”, lembrou.
Com vários quadros nas paredes de casa e muitas fotos no álbum de família, ela prova a devoção. “Temos até um retrato do Monsenhor Juca, um dos primeiros párocos daqui. A fotografia foi tirada em 1913 e dada de presente para a minha mãe, com dedicatória”, disse.
Já a dona de casa Maria Aparecida Silva contou que tem a paróquia como a segunda casa. “Eu frequento a igreja todos os dias, venho para pedir e agradecer”, comentou.
A boa notícia é que com o bicentenário da igreja, os fieis ganham mais uma santa. A imagem de Nossa Senhora veio como presente do santuário de Aparecida (SP).
Fonte G1 Sul de Minas