Dr Júlio Arantes Sanderson deQueiroz.
Nascido em Aiuruoca - Minas Gerais, em 30 de março de 1914, filho do Dr. José Sanderson de Queiróz e Maria Júlia Arantes. Graduado pela Faculdade Nacional de Medicina em 1937. Admitido por concurso na Assistência Pública em 1938. Chefe de Equipe do Pronto Socorro do Hospital Getúlio Vargas, acumulando com a Chefia da Clínica Cirúrgica, onde realizou cursos de Pós Graduação em Cirurgia.
Em 1957 passou a chefiar a 3ª Clínica Cirúrgica do Hospital Pedro Ernesto, como Professor Titular Associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas. Foi Presidente do Centro de Estudos da Secretaria de Saúde, quando criou a Residência Médica no Estado da Guanabara. Presidiu a Sociedade de Medicina e Cirurgia por vários períodos, acolhendo as diversas Sociedades Médicas Especializadas. Foi médico da Legião Brasileira de Assistência e Cirurgião do Hospital do Andaraí (hoje Hospital Júlio Arantes Sanderson de Queiróz) por vários anos, além de Secretário Municipal de Saúde em 1983. Membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia de Médicos Escritores. Teve um cem números de obras publicadas nos ramos de cirurgia, ética médica, artigos e crônicas além dos livros, o premiado “Reflexões Sobre Ética Médica” “Tiradentes” “Heróis de Curar” e “A Morte é Noticia – A Cura Anônima”.
Entre suas inúmeras condecorações destaca-se: a Medalha da Inconfidência, Medalha do Mérito da Saúde do Estado de Minas e a Comenda da Ordem do Rio Branco.
Em Aiuruoca, além de ter sido chefe do serviço de cirurgia do Hospital São Vicente de Paulo, fundado por seu pai, criou o sistema de carnê de doações, método adotado por outras instituições hospitalares, além de ter investindo toda sua vida para que o mesmo se tornasse como o é, o melhor hospital da região.
Dono de uma invejável cultura, Dr. Julinho era um verdadeiro mecenas de Aiuruoca, não medindo esforços para conseguir fazer aquilo que considerava o melhor para a cidade, promovendo, a suas custas, eventos de grande vulto cultural no cenário mineiro: festivais de música, ciclos de palestras, noites literárias, congressos, apresentações de grupos de teatro e toda forma de expressão cultural. Sob o seu comando, na década de 60, em Aiuruoca floresceu um dos grandes educandários de minas, o Ginásio João XXIII, responsável pela educação dos jovens de diversas partes do país, hoje, sede da Escola Municipal Maria José Ematné.
Durante seus 88 anos de vida, colecionou diversas obras de arte, entre quadros, estátuas, documentos e uma infinidade de objetos espalhados por toda sua residência, transformando-a em um grande e respeitável museu, legando-o à sua cidade que tanto amou. Era um homem de grande coração que se dedicava ao máximo em se satisfazer e dar alegria àqueles que o rodeavam. Faleceu em Aiuruoca, “sua aldeia queria”, em 29 de Julho de 2002.
O Museu
Em 15 de agosto de 2009, depois de exaustivos trabalhos, foi oficialmente inaugurado o Museu Municipal Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiróz, tornando-se referência museológica do Sul de Minas.
O acervo do Museu é formado por um variado espólio, que cria um espaço museológico curioso. Assim, numa mesma sala podem ser apreciadas as mais variadas obras de arte expostas sem aparente ligação técnica, temática ou cronológica. Aí está a particularidade do Museu Municipal Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiróz – Nesta aparente falta de lógica, existe precisamente uma “lógica” de um lugar que quer ser visto como um todo e não como um abrigo de peças particularizadas.
Esta tipologia de Museus tem a sua origem nos “Gabinetes de Curiosidades” dos séculos XV e XVI. Também outros Museus no Mundo, como o Soane’s Museum em Londres ou o Museu da Universidade de Oxford, ainda apresentam as suas coleções expostas na sua aparente desorganização e caos.
Assim, percorrendo as treze salas, surge um grande espólio que abrange desde a imaginária, passando pela estatuária, cerâmica, medalhística, pintura, mobiliário, têxteis, etnografia, ciências naturais e ainda por uma criação do próprio Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiróz, o projeto e livro “Panteon dos Heróis de Curar”, uma coleção de placas de aço que trazem a biografia de todos os inventores, médicos, cientistas que proporcionaram a vida, uma exaltação a estes o Heróis de Curar e não de Matar.