14/12/2022 17h20
Preços dos medicamentos para hospitais sobem 1,72% em novembro, mostra IPM-H
Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram aumento de 1,72% em novembro deste ano comparativamente a outubro, de acordo com o Ãndice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo - healthtech lÃder em soluções digitais para gestão em saúde. A alta dos preços dos medicamentos superou a variação da inflação medida pelo IPCA no mesmo mês, de 0,41%, bem como o comportamento mensal do IGP-M, que caiu 0,56% no mesmo perÃodo. Além disso, a variação registrada superou o aumento da taxa média de câmbio nesse perÃodo, de alta de 0,46%.
Conforme apurado pela Fipe, a partir dos dados Bionexo, o resultado de novembro interrompe a série de quatro recuos mensais, tÃpicos do segundo semestre. O indicador havia caÃdo 0,61% em outubro; 2,48% em setembro; diminuÃdo 2,05% em agosto e recuado 0,74% em julho.
Ainda, segundo a Fipe e a Bionexo, a alta dos preços dos medicamentos em novembro é a maior para o mês desde o inÃcio da série histórica do Ãndice, em 2015, destoando do comportamento médio esperado dos preços de medicamentos nesse perÃodo.
"O IPM-H de novembro apontou elevação considerável dos preços de medicamentos para hospitais. Os medicamentos anti-infecciosos para uso sistêmico, onde estão os antibacterianos e anti-vÃricos, por exemplo, foi o grupo que apresentou a maior elevação, de 12,94%. Entre os motivos desse comportamento, pode-se citar o aumento dos casos e internações relacionados à circulação de novas variantes e subvariantes do coronavÃrus e as limitações na oferta e abastecimento do mercado interno para certos medicamentos, incluindo antimicrobianos, mucolÃticos, anti-histamÃnicos e alguns analgésicos", afirma Bruno Oliva, economista da Fipe.
Em perspectiva, os resultados mais recentes foram impulsionados pelo avanço mensal dos preços de alguns dos principais os grupos terapêuticos que compõem sua cesta: anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, com alta de 12,94%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 3,33%; sistema musculoesquelético, 2,98%; órgãos sensitivos, 1,55%; aparelho respiratório, 1,02%; preparados hormonais, 0,86%; e agentes antineoplásicos, 0,48%.
Em contraste, houve recuo nos preços dos grupos a seguir: aparelho geniturinário (4,70%); sistema nervoso (3,04%); aparelho cardiovascular (2,23%); sangue e órgãos hematopoiéticos (1,40%); aparelho digestivo e metabolismo (1,36%).
No acumulado de 2022, considerando os resultados até novembro, o IPM-H revela que os preços dos medicamentos passaram a acumular uma alta de 1,83% até novembro, resultado inferior à inflação ao consumidor acumulada pelo IPCA/IBGE, 5,13%, bem como ao comportamento dos preços da economia apurado pelo IGP-M/FGV no mesmo perÃodo, com alta de 4,98%. Adotando-se a janela temporal dos últimos 12 meses como referência da análise, IPM-H exibe uma alta acumulada de 2,02%, divergindo também neste caso do comportamento observado nos demais Ãndices de preço da economia: IPCA, 5,90% e IGP-M , 5,90%.
Na janela de 12 meses, é possÃvel destacar a valorização de medicamentos atuantes sobre: aparelho geniturinário, 31,31%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 20,81%; aparelho respiratório, 20,27%; preparados hormonais, 8,10%; agentes antineoplásicos, 5,16%; além de órgãos sensitivos, 2,02%. Já os medicamentos cujos preços, em média, apresentaram queda incluÃam-se nos grupos: aparelho digestivo e metabolismo (19,71%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (8,22%); aparelho cardiovascular (6,62%); sistema nervoso (3,62%), imunoterápicos, vacinas e antialérgico (1,41%); e sistema musculoesquelético (0,01%).
Fonte: Estadão Conteúdo