Encontro reúne ambientalistas em Poços de Caldas, MG.
Em todo o mundo, existem apenas 121 animais da espécie.
Um encontro em Poços de Caldas reúne 30 pesquisadores dos principais órgãos ambientais do país para discutir medidas para salvar o mutum-de-alagoas, ave nativa do Brasil que está em extinção. Em todo o mundo existem apenas 121 animais, sendo que 28 deles estão concentrados no Viveiro de Poços de Caldas. Hoje, o criadouro conta com 380 espécies de aves diferentes.
O criador Pedro Nardelli recolheu os últimos exemplares do mutum-de-alagoas, em 1979, quando começou a se preocupar com recuperação da espécie. “A partir da década de 1970, quando o Governo Federal implantou o Proálcool, as áreas onde o mutum vivia foram devastadas e tornou a ave um alvo fácil para caçadores”, explica.
De acordo com os pesquisadores, o objetivo é conseguir reintroduzir a ave no meio ambiente em até três anos. O plano de ação prevê o desenvolvimento de um protocolo de manejo, para melhorar a criação e reprodução do mutum-de-alagoas.
No Viveiro de Poços de Caldas, a reprodução da espécie é feita de forma artificial. Por ano, nascem dois novos mutuns-de-alagoas.
Além de Poços de Caldas, outras aves estão também em um viveiro de Betim (MG). O encontro termina nesta quinta-feira (2).
Mutum-de-alagoas
O mutum-de-alagoas é uma ave de grande porte e permaneceu por mais de 300 anos como uma das aves mais raras e enigmáticas do mundo. Endêmico do "Centro Pernambuco", faixa de mata atlântica que se inicia ao norte da foz do Rio São Francisco, o mutum-de-alagoas passou despercebido pelos ornitólogos e quase desapareceu. Apreciado como peça de caça, foi dizimado junto com a floresta onde vivia. Graças ao esforço de um criador carioca, aliado a um ornitólogo alagoano, três exemplares foram capturados e deram início a um programa de reprodução em cativeiro.
Fonte: G1