A foto de um bebê sentado diante de um piano alimenta histórias sobrenaturais que se tornaram lendas urbanas na cidade de Santa Rita do Sapucai (MG). Ninguém sabe quem é a criança, nem quando a foto foi tirada. A foto emoldurada, abandonada na rua, foi recolhida por estudantes que a levaram para a casa onde moravam em 2008. Segundo moradores da cidade, a morte de um estudante que morou em uma das repúblicas para onde ela foi levada é atribuída à imagem. Quem conheceu a história diz que as casas para onde o quadro foi levado nunca mais foram as mesmas.
Segundo a lenda, uma das casas onde a foto de origem desconhecida ficou abrigada nunca mais foi a mesma. Ainda segundo testemunhas, um dos jovens que morava no local se mudou e faleceu algum tempo depois e os que continuaram lá relatam "mudanças".
“Parece que a casa foi modificada. Quem está lá dentro não consegue escutar nada do que se passa do lado de fora. É como se a casa tivesse ouvidos e eles fossem tapados o tempo todo”, comentou o dono do quadro em uma postagem no blog que mantém na internet.
Quando o quadro foi encontrado
“Essa aí é a Juliana, não queremos esse quadro não, pode sumir com isso daqui”. Esta foi a primeira frase ouvida por Thompson Vangller de Araújo, quando encontrou o quadro encostado em um muro no Centro da cidade. Ela foi dita por duas garotas de cerca de 10 anos quando questionadas se a imagem pertencia a elas.
Atualmente o paradeiro da imagem é desconhecido e restam aos amigos apenas as lembranças e a sensação de medo que preencheu as duas repúblicas para onde o quadro foi levado.
Um dos jovens que vivia em uma das casas ficou assustado ao acordar e deparar-se com a imagem ao lado da cama dele, tanto que o atirou em um terreno baldio. Por conta disso, o objeto foi levado para outra república, onde viviam amigos de Araújo. Na nova casa, segundo relatos, o quadro provocou visões e muito medo.
Ao chegar à nova república, um dos jovens, apelidado de Bozo, assustou-se ao botar os olhos na imagem. “Ao ver o quadro, pediu que eu o levasse embora da casa, mas como os outros moradores da república gostaram de ver o Bozo com medo, me pediram para deixar o quadro e eu deixei apenas como brincadeira”, relata Araújo.
A graça durou pouco tempo. Semanas depois, o telefone de Araújo denunciava o medo causado pelo quadro na república. “Eu estava no meio de uma aula e ele me ligou pedindo para que eu buscasse o quadro porque ele estava vendo coisas, como vultos e vendo o aparelho de som ser desligado involuntariamente. Na ocasião, ele me disse que estava muito assustado e que em um único dia viu um vulto duas vezes. No começo eu achei graça, mas a partir daí, ele começou a ter crises de pânico, dizendo que mataria alguém. A mãe dele disse para ele jogar o quadro em um rio, ou deixá-lo em cemitério, com uma cruz por cima”, relata Araújo, que se afeiçoou à imagem e mesmo depois de todo medo que ela provocou, não deixou que se desfizessem dela e a levou novamente para a república em que vivia.
A imagem foi deixada na república em que ele vivia há mais de três anos e desde então não se sabe o que foi feito dela. “Eu nunca soube se o nome do bebê do quadro é mesmo Juliana, mas como ela foi chamada assim pelas garotas que me pediram para levá-lo embora, ficou. Mas, particularmente, nunca tive medo, mas é uma história curiosa”, finaliza Araújo.
Lenda relacionada
Apesar de mostrar uma criança sorrindo, as histórias criadas em torno do quadro lembram a lenda urbana de imagens de crianças que choram. Conta a lenda que as pinturas que mostram os pequenos com lágrimas nos olhos são amaldiçoados e que trazem desgraças para as casas que os abrigam.
De acordo com o site Cetiscismo Aberto, que trata do tema, a história começou na cidade de Rotherham, na Inglaterra em 1985 com o incêndio de uma casa e se tornou conhecida após a repercussão de matérias publicadas em um jornal da cidade e posteriormente na internet.