07/02/2023 21h40
Área de garimpo é maior do que a de mineração industrial, diz Ibram
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, destacou nesta terça-feira, 7, que as áreas de garimpo superaram as áreas de mineração no Brasil. As áreas de garimpo atingiram 196 milhares de hectares, à frente dos 170 milhares de hectares da mineração industrial em 2021 - dados mais recentes, coletados junto ao MapBiomas - e apresentados em relatório do Ibram.
Conforme o gráfico, já em 2019 as áreas se igualaram. E, ainda de acordo com o mesmo gráfico, o garimpo também ocupou área superior à da mineração entre o final dos anos 80 e o inÃcio dos anos 2000.
Com relação à exploração ilegal de ouro, em especial em terras indÃgenas, Jungmann disse que vai propor à presidência da Caixa Econômica Federal maior controle sobre o metal que é levado para penhor, além da possibilidade de reciclagem de itens que ficam com o banco.
Lembrou ainda as gestões que tem feito junto a autoridades, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para que apertem o cerco no controle da origem do ouro comercializado no Brasil e exportado. Jungmann defende a nota fiscal eletrônica para inibir operações irregulares na raiz. E controle sobre DTVMs (corretoras) suspeitas de "lavar" o metal.
"Este é um setor que aposta na sustentabilidade. Não é do lucro à sustentabilidade, mas a sustentabilidade como fator de lucro", disse Jungmann, frisando a preocupação com a transição para uma economia de baixo carbono. "Estamos pedindo e desenvolvendo uma polÃtica para minerais estratégicos, necessários à transição energética", disse.
O cobre - usado em painéis de energia solar, por exemplo - é o metal com maior expectativa de aumento nos investimentos (255%), a US$ 4,47 bilhões. O aumento se deve, em boa parte, a três novos projetos no Pará, disse Júlio Nery, diretor de sustentabilidade do Ibram. O Estado deverá receber investimentos de US$ 13,97 bilhões em 2023.
Outro metal de relevo é o nÃquel, que também terá investimentos mais fortes nos próximos anos, com avanço de 60%, a US$ 2,3 bilhões, conforme o levantamento do Ibram. O nÃquel é usado em baterias elétricas.
Jungmann também frisou que os investimentos socioambientais do setor cresceram com força. Para o perÃodo de 2022 a 2026, eram estimados em US$ 4,23 bilhões. Já para 2023-2027, a cifra saltou 55%, a US$ 6,56 bilhões. Ele disse ainda que a entidade está fazendo a avaliação de sua pegada de carbono.
Fonte: Estadão Conteúdo