25/09/2014 08h40
Reitor da USP defende uso de recursos privados
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, defendeu a realização de convênios com a iniciativa privada como fontes alternativas de recursos para a instituição. Leia trechos da entrevista:
Não seria interessante que a sociedade participasse das decisões, que a USP se assumisse como uma instituição que tem um papel social, sustentada pela população de São Paulo?
Concordo que a universidade é um instrumento da sociedade. A autonomia dela tem de atender ao interesse social. A pedra de toque do programa de gestão que depositei quando me candidatei é exatamente essa: olhar muito mais para as necessidades da sociedade ao se organizar as ações e decisões da universidade.
Isso poderia levar a novas fontes de recursos, com convênios com os setores produtivos?
Eu acho que sim, como ocorre com outras universidades estrangeiras. No entanto, existem grupos na universidade que pensam que ela deve depender exclusivamente dos recursos públicos e que a aceitação desses outros significa abrir mão da isenção para atender a interesses outros. Eu não concordo com isso.
Em muitos paÃses, como Estados Unidos, Inglaterra e China, as universidades públicas são pagas. Aqui é possÃvel levar essa discussão?
Não. É uma questão constitucional. Mudar o artigo significaria que a sociedade como um todo adotou outra visão. No momento, sigo a visão predominante de que essas universidades públicas devem ser gratuitas no sentido de não cobrar mensalidade.
No decorrer da greve, o ambiente se deteriorou com episódios de agressividade. Seria possÃvel evitar isso?
Espero muito que sim. É fundamental na universidade a aceitação da diversidade de ideias. Se não, ela perde sua função. A intolerância com pontos de vista divergentes é a pior coisa que pode ocorrer na universidade.
É tão grave quanto o que ocorre quando ela é submetida a um regime ditatorial. Por isso, houve manifestações de repúdio que tomaram dimensões muito grandes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo