09/12/2014 16h20
Represa é esvaziada e milhares de peixes morrem em Araras-SP
Milhares de peixes morreram durante a transposição da água de uma das represas que abastecem a cidade de Araras, na região de Campinas, na segunda-feira. Os peixes não conseguiram transpor o canal aberto pela prefeitura para ligar as duas represas e, com o esvaziamento, morreram por falta de água e de oxigênio. A prefeitura alega que a operação conseguiu salvar quase 80% dos peixes que acabariam morrendo com o secamento da represa. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) investiga o caso.
O Serviço de Ãgua e Esgoto do MunicÃpio de Araras (Saema) decidiu fazer a transposição depois de se observar rápida queda no nÃvel da Represa Ãgua Boa, que abastece a cidade. Com o nÃvel próximo de zero, o diretor de captação do Saema, Romildo Bollis, disse que havia risco de ocorrer grande mortandade e, ainda, de se perder o que restava de água no manancial. A cidade enfrenta grave crise hÃdrica e está com racionamento desde outubro - a população recebe água doze horas por dia.
Segundo Bollis, já havia peixe morrendo e moradores estavam levando os espécimes para consumo, o que ocasionava risco para a saúde pública. Com a abertura do canal, o plano era de que os peixes migrassem para a represa. O problema é que parte da fauna aquática não conseguiu nadar para o canal. O diretor do Saema assegura que os espécimes maiores - pacus, piaparas, dourados e curimbatás - se salvaram. Segundo ele, morreram principalmente peixes menores, como lambaris e piavas que, ao invés de nadarem para o canal, adentraram dois pequenos córregos que abastecem a represa. Ele estima a mortandade em menos de uma tonelada de peixes.
Ainda segundo Bollis, a própria prefeitura povoou a represa com a soltura de alevinos após a construção do manancial, em 2010. Uma operação de salvamento com tanques chegou a ser avaliada, mas as condições de acesso ao local impediram sua execução. O lago que recebeu parte dos peixes, a Represa ErmÃnio Ometto, também corre o risco de secar. "Se não chover, teremos água para mais cinco dias." Segundo ele, o municÃpio vai tentar uma transposição de água de uma represa da Usina São João através de canais de irrigação de canaviais, que estão sendo limpos.
Foi iniciada nesta terça-feira a remoção dos peixes mortos com o uso de uma draga. Os restos, já em decomposição, estão sendo levados para uma vala, onde são enterrados. A Cetesb informou que técnicos da agência de Mogi-Guaçu estão em Araras, para avaliar a situação das represas e a extensão dos danos ambientais. Segundo o órgão, possÃveis medidas administrativas só serão tomadas após um diagnóstico completo do ocorrido.
Fonte: Estadão Conteúdo