28/01/2023 14h40
SP quer assinar parceria com iniciativa privada para programa habitacional
Com a parceria da iniciativa privada, a Prefeitura de São Paulo pretende comprar imóveis para atender ao programa habitacional Pode Entrar. Na última quinta-feira, 26, o municÃpio recebeu as propostas e credenciamentos de todas as incorporadoras e construtoras que manifestaram interesse em poder vender unidades habitacionais para a prefeitura.
Secretário municipal de Habitação, João Farias disse que, ainda no fim do ano, após a pasta realizar as alterações, o Tribunal de Contas do MunicÃpio de São Paulo (TCM) liberou o edital, permitindo que, em 30 dias, fosse realizado o certame.
No ano passado, o tribunal chegou a suspender o edital, alegando entre as irregularidades, falta de critérios mÃnimos para avaliação da capacidade econômica dos participantes. "Teve, de fato, a paralisação do edital por parte do TCM. Na época, pegamos os apontamentos feitos e buscamos sanar todas as dúvidas, inclusive, fizemos alterações que o tribunal entendia como necessárias", afirmou ele.
O programa Pode Entrar prevê, neste momento, a compra de 40 mil moradias, no entanto, de acordo com Farias, a iniciativa privada apresentou proposta para construir 104 mil unidades. O certame contou com a participação de 56 empresas e apresentação de 72 projetos.
A partir da próxima segunda-feira, 30, os projetos apresentados serão avaliados e selecionados. O secretário espera assinar com as incorporadoras em até 40 dias. "Para que as obras possam ser iniciadas e boa parte seja entregue até o fim da gestão Ricardo Nunes (do MDB, que termina em dezembro de 2024 e deve tentar a reeleição)", diz Farias. "A gente compra da iniciativa privada, esses imóveis se tornam de propriedade do MunicÃpio e a gente atende a demanda", continua.
Farias afirma que a parceria com a iniciativa privada possibilitará ainda que as unidades habitacionais sejam entregues em menor prazo de tempo. "A possibilidade de comprar da iniciativa privada permite que a gente ganhe pelo menos três anos no que diz respeito à entrega da unidade. Se fosse para fazer nos moldes tradicionais, seria preciso fazer licitação de projeto executivo e depois licitação da construtora, que iria construir a unidade", afirma.
Segundo Farias, esses processos demoram, em média dois anos, dois anos e meio para ocorrerem. "Até o inÃcio de obra, seriam três anos. Neste modelo que a Prefeitura criou, é possÃvel construir de imediato, pois as empresas estão com projetos aprovados ou prestes a serem aprovados na Secretaria de Licenciamento", afirma.
O objetivo é atender principalmente as famÃlias que estão no auxÃlio-aluguel da Prefeitura de São Paulo e no cadastro da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP).
"Estes imóveis vão ser para famÃlias que ganham até três salários mÃnimos, que estão cadastradas na Cohab e no auxÃlio-aluguel da Prefeitura de São Paulo. Não é necessário a pessoa ter registro profissional em carteira de trabalho. Indiferentemente, ela vai se tornar mutuária da Cohab", afirmou.
Atualmente, a prefeitura gasta mais de R$ 100 milhões por ano no auxÃlio-aluguel com famÃlias que foram removidas de áreas de risco da cidade e aguardam uma unidade habitacional. No cadastro da Cohab, atualmente, há 180 mil famÃlias cadastradas.
Outro edital prevê a aquisição de 5 mil unidades habitacionais já prontas, segundo o secretário. No entanto, esse processo depende de liberação do TCM. Essa análise deve ocorrer na primeira sessão de fevereiro.
Fonte: Estadão Conteúdo