Uma das mais importantes empresas de segurança digital encontrou conexões entre o código-fonte do poderoso vírus Flame e a cyber-arma Stuxnet, que foi supostamente utilizada pelos Estados Unidos e por Israel para atacar o programa nuclear iraniano.
O presidente-executivo do Kaspersky Lab, sediado em Moscou, Eugene Kaspersky, que descobriu o Flame no mês passado, disse no Reuters Global Media and Technology Summit nesta segunda-feira que seus pesquisadores descobriram, desde então, que parte do código-fonte do Flame é praticamente idêntico a trechos de código encontrados numa versão de 2009 do Stuxnet.
A descoberta pode dar força à crença de muitos especialistas em que o Stuxnet é parte de um imenso cyber-programa liderado pelos Estados Unidos que ainda está ativo no Oriente Médio e, talvez, em outras partes do mundo.
Embora Kaspersky não tenha dito quem ele acredita ter desenvolvido o Flame, empresas da mídia, incluindo a Reuters e o New York Times, noticiaram que os EUA e Israel eram responsáveis pelo Stuxnet -que foi descoberto em 2010 após ter danificado centrífugas utilizadas para enriquecer urânio numa unidade nuclear em Natanz, no Irã.
Ao invés de negar as suposições, autoridades de Washington recentemente abriram investigações sobre os vazamentos do altamente projeto confidencial. A Casa Branca não respondeu imediatamente aos comentários de Kaspersky.
"Havia duas equipes diferentes analisando cooperativamente" o Stuxnet e o Flame, disse Kaspersky no Reuters Summit em Londres.
O Flame é um vírus de alto grau de sofisticação que se disfarça de softwares comuns de negócios. O programa foi instalado há pelo menos cinco anos e tem a capacidade de gravar diálogos que envolvem os computadores em que está instalado e roubar dados.