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12/11/2014 09h10

USP deve ter fiscais da CET já em 2015

No início do próximo ano, a Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital, deve passar a ter fiscalização viária, com a presença de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que multarão infrações cometidas no local. Hoje, a autoridade que controla o trânsito na capital não tem jurisprudência para atuar no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), com 470 hectares e tráfego de 100 mil veículos por dia. Isso porque a área, embora pública, tem autonomia.

Universidade, CET e Ministério Público Estadual (MPE) vão reunir-se no dia 26 para discutir o convênio para que os agentes da companhia atuem no câmpus. Depois disso, as três instituições vão fechar o instrumento jurídico que permita a presença de marronzinhos na Cidade Universitária. Segundo o prefeito do câmpus, Arlindo Phillipi Júnior, a Secretaria Municipal de Transportes e a administração local farão reuniões neste mês para discutir o acordo. A expectativa de Phillipi Júnior é que a proposta já comece a valer no início de 2015. "O número de agentes que atuariam aqui depende dos estudos da CET."

Um programa de educação no trânsito dentro da Cidade Universitária também é previsto. As reformas no sistema de mobilidade, afirma ele, vão demandar mudanças de cultura da comunidade universitária. "Precisamos ter o envolvimento e a aceitação da própria comunidade. Quando tivermos uma proposta, queremos que a CET esteja sempre conosco. Isso significa que quem não respeitar o que há aqui dentro (em relação às regras), a CET vai agir." "A Prefeitura está empenhada em encontrar opções ou soluções para as questões levantadas pela universidade, no que se refere a faixas exclusivas, ciclovias e fiscalização", diz o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. "Estamos à disposição."

Ontem, a reportagem flagrou carros e motos circulando em velocidade alta na Avenida Professor Mello Moraes, que liga os portões 1 e 2. A via, que é plana e sem semáforos, tem como únicas barreiras algumas lombadas. "Muita gente usa a via para cortar caminho e não respeita pedestres, ciclistas e atletas", diz a professora Fátima Martins, de 57 anos. Outra avenida que sofre com o excesso de velocidade, segundo a própria USP, é a Professor Lineu Prestes, que integra as Faculdades de História, Geografia, Química e Matemática.

Para o consultor em Trânsito Alexandre zum Winkel, a Cidade Universitária precisa de monitoramento de trânsito. "O desrespeito lá dentro é muito grande e acredito que a fiscalização virá em um bom momento para a USP." Em sua avaliação, o câmpus tem capacidade para receber cerca de 30 radares. Winkel lembra ainda que a sinalização precisa ser reforçada antes do início da aplicação de multas na Cidade Universitária. Em um percurso pelas Avenidas Professor Mello Moraes, Professor Lineu Prestes e Professor Luciano Gualberto, a reportagem viu ontem nove placas de limite de velocidade.

Empréstimo de bike. Além de prever a construção de faixas exclusivas para ônibus e uma rede cicloviária até o fim de 2015, a prefeitura da Cidade Universitária quer também oferecer um sistema de empréstimo de bicicletas dentro do câmpus. De acordo com o órgão, serão criadas 25 estações, com 250 bikes à disposição de 2,5 mil pessoas, entre funcionários, estudantes e professores da USP.

Há alguns anos, o câmpus havia recebido um projeto batizado de Pedalusp, que permitia o compartilhamento de bicicletas na comunidade. "Mas, depois, tudo foi meio que abandonado", diz o estudante de Engenharia Rafael Sánchez Souza, de 26 anos.
De acordo com a prefeitura do câmpus, os estudos para a instalação desse sistema "estão inseridos em um programa de apoio à pesquisa e ao ensino". Não há prazo para sair do papel. Contudo, a rede de ciclovias deve funcionar até o fim do ano de 2015. "O plano cicloviário considerará estações de empréstimos de bicicletas, que deverão ser instaladas", destaca a administração local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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