BCG causa morte das células que atacam o pâncreas.
Contra diabetes, ela não previne a doença – ela reverte o dano causado.
A vacina normalmente utilizada contra a tuberculose obteve bons resultados no tratamento da diabetes tipo 1 em uma primeira fase de testes em seres humanos, informaram cientistas na edição desta quarta-feira (8) da revista PLoS ONE. A segunda fase de testes já está em andamento no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos.
Existem dois tipos de diabetes. O tipo 1 é uma doença chamada “autoimune”. Isso significa que ela ocorre quando o organismo ataca a si mesmo – nesse caso, ataca as células produtoras de insulina, o hormônio que controla o nível de açúcar no sangue, no pâncreas. Ela é mais frequente em pessoas com menos de 35 anos, principalmente crianças e adolescentes. Sem controle, pode levar a falência dos órgãos, cegueira, amputações e morte.
O tipo 2 é o mais comum e também o mais grave, corresponde a 90% dos casos de diabetes e está ligado ao sedentarismo e à obesidade. Nele, o pâncreas começa a falhar parcialmente e para de produzir insulina aos poucos.
A vacina é voltada apenas ao tipo 1 e feita a partir de uma modificação da vacina usada para evitar a tuberculose, a BCG. Essa vacina causa, como efeito colateral, o aumento de uma substância que causa a morte das células do sistema de defesa que atacam o pâncreas. Com isso, permite um retorno da produção normal de insulina. No caso da diabetes tipo 1, a vacina não é preventiva – ela reverte a doença nos pacientes.
“Estamos tentando criar um tratamento que de fato seja capaz de reverter a diabetes tipo 1 em pessoas que estão vivendo com essa doença”, explica a líder da pesquisa, Denise Faustman.
Fonte:G1