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07/04/2023 09h50

'Vão me prender injustamente', diz Thiago Brennand, acusado em 8 ações penais em SP

O empresário Thiago Brennand, acusado dos crimes de ameaça, estupro, lesão corporal e cárcere privado em oito ações penais no Estado de São Paulo, divulgou um novo vídeo no Youtube na última terça-feira, 4, no qual nega as acusações - "obviamente não estuprei ninguém" - e diz que irá voltar ao Brasil. Ele também fez um pedido de desculpas ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, e às advogadas Gabriela Manssur e Dora Cavalcanti.

O advogado Eduardo Cesar Leite, que defende o empresário, afirma que ele "não está fazendo exigências" e voltará ao Brasil assim que forem finalizados os trâmites imigratórios.

O vídeo foi divulgado na mesma semana em que Brennand fez um pedido à Justiça para que as ordens de prisão fossem revogadas. "Vão me prender injustamente", lamentou no vídeo da terça.

Desde o começo de setembro do ano passado Brennand está em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Sua ida para o exterior motivou a expedição da sua primeira ordem prisional, assinada pela juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

De acordo com o Tribunal de Justiça, atualmente, cinco ordens de prisão pairam sobre o empresário.

"Tenho desculpas a pedir, ao próprio procurador Mário Sarrubo. Ele sendo autoridade, eu deveria ter deixado a parte pessoal de lado. A Gabriela (Manssur) também", disse o acusado. Ele estendeu os pedidos de desculpa à advogada Dora Cavalcanti. "Tenho que pedir desculpas também aos advogados. Eu fiquei muito chateado com a Dora e a maneira como ela me tratava."

Em outubro do ano passado, já em Abu Dhabi, o empresário divulgou outro vídeo no YouTube dirigindo impropérios aos três. Na época, Brennand afirmou ser vítima de uma perseguição praticada por um conluio entre a ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur - a quem se referiu como "uma maloqueira que usa Loubotin" -, a Rede Globo e o procurador-geral de Justiça Mário Sarrubbo.

"É um dos maiores vagabundos que já conheci na vida", afirmou Thiago Brennand sobre o chefe do Ministério Público paulista.

Nessa mesma ocasião, ele disse que estava preparando uma representação na OAB contra a advogada Dora Cavalcanti, por ela ter supostamente cobrado R$ 4 milhões para patrocinar seus processos.

No vídeo publicado esta semana, ele se justificou: "Fiquei chateado."

Perto do final do vídeo, Brennand traz a figura de Jair Bolsonaro (PL), a quem elogiou em outras oportunidades. "Encontrei com uma pessoa da família do ex-presidente e falei que estou extenuado. Minha vontade agora é voltar para o Brasil."

A família também foi um dos assuntos do vídeo. "Me dou super bem com o meu filho, me dou super bem com o meu pai. Sei que nossa relação está meio desgastada. Sempre aparece gente para pisar."

O caso do empresário ganhou repercussão depois que ele foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Depois desse caso, outras mulheres decidiram denunciá-lo.

Stephanie Cohen, modelo e estudante, afirma que foi estuprada por Brennand. Uma outra mulher, que não revelou sua identidade, acusa o empresário de tatuar suas iniciais nela à força.

Além dos casos de violência de gênero, Brennand responde a duas ações criminais por causa de episódios que protagonizou dentro do condomínio em que residia, em Porto Feliz. Ele teria agredido um garçom do restaurante Fasano e o caseiro do empreendimento.

Há um outro processo por corrupção de menores, envolvendo supostos episódios com seu filho.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DO EMPRESÁRIO THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo Cesar Leite, que representa o empresário no Thiago Brennand. Ele enviou a seguinte nota ao Estadão:

Nota de esclarecimento

Que fique claro que nosso cliente não está 'fazendo exigências', como noticiaram alguns veículos. Em verdade, ele está imbuído do propósito de respeitar e cumprir as determinações da Justiça, para responder com serenidade às acusações e demonstrar a sua inocência!

No tocante às prisões preventivas, se for entendido pela manutenção dos decretos preventivos, ainda que, ao nosso ver, desnecessários e injustos, isso não afetará o seu propósito de retornar ao Brasil e cumprir todo o rito legal.

A data exata do retorno está dependendo dos trâmites imigratórios.

Fonte: Estadão Conteúdo
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