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Mulher
17/06/2010 15h00

Absorventes ecológicos: Sustentabilidade para o Planeta e resgate do feminino

Absorventes ecológicos: Sustentabilidade para o Planeta e resgate do feminino

Em pleno século XXI, a consciência de que cada um de nós é responsável pela sustentabilidade do planeta faz com que hábitos antigos sejam relembrados, reformulados e reaproveitados no dia-a-dia da mulher contemporânea.

Fraldas de pano e toalhinhas higiênicas, num primeiro momento, trazem à lembrança a figura de nossas avós, que trabalhavam pesado em casa numa época em que nem tinham sido inventadas as máquinas de lavar roupa.
Isso é o que nos passa pela cabeça quando se começa a conversar sobre o bioabsorvente. Mas antes de tomar qualquer decisão, é melhor entendermos bem do que se trata e até onde vão as semelhanças com o tempo das nossas antepassadas.
O produto é composto de uma capa em algodão com compartimento para toalhas feitas também em 100% algodão. O lado de dentro é em algodão liso e o de fora, estampado. A absorção equivale à dos absorventes descartáveis, assim, é possível continuar com a mesma frequência de troca de absorventes, de acordo com seu fluxo, de três a cinco vezes por dia, em média.
As mulheres que optam por ele não estão esperando a mudança partir das outras pessoas, mas são conscientes de que a mudança parte delas mesmas e se espalha por meio da informação e trocas de experiências com outras mulheres.

Inovação no mercado de absorventes ecológicos

Segundo Nara Gallina, da ModSer, de Brasília, desde o tempo de nossas avós já havia o costume de costurar modelos que melhor se adaptavam ao uso. “Hoje, ele imita o modelo dos absorventes descartáveis, a fim de se alinhar aos hábitos de vida das mulheres atuais. Disseminar essa idéia e torná-la um novo hábito em nossas vidas foi o que nos impulsionou para começar a confeccionar. Começamos em 2006. Eu e minha sócia Mônica Passarinho estávamos envolvidas com projetos sociais e ambientais e nos juntamos para criar o ModSer, que não é apenas um produto (absorventes reutilizáveis) e sim toda uma proposta que engloba consumo consciente, saúde familiar, resgate do feminino, sustentabilidade, um novo modo de ser, por isso o nome ModSer”, explica Nara.
Ainda segundo Gallina, os absorventes ecológicos, de tecido, não são novidade na Austrália e no Canadá, por exemplo. Naqueles países, os absorventes reutilizáveis são encontrados em farmácias.
Já Mônica Ferreira Diniz, de Minas Gerais, viu os aBIOsorventes® em um site europeu de comércio de artesanato, achou interessante e, algum tempo depois, uma amiga bióloga perguntou se ela conseguiria confeccionar. Curiosa, Mônica pesquisou a viabilidade de alguns modelos fez os protótipos. E assim, começou a produzir.

Qualidade, praticidade e sustentabilidade

Os absorventes reutilizáveis são feitos de tecido 100% algodão e flanela e compostos por uma capinha e duas toalhinhas internas. Essa composição é pensada para a mesma capacidade de absorção do absorvente convencional e tempo de troca.
Ou seja, se você troca de absorvente descartável (convencional) quatro vezes ao dia, com o ModSer será a mesma quantidade de troca. “As diferenças são notadas pelo odor e coloração do sangue. Tem mulheres que afirmam sentir redução das cólicas, dos sintomas da TPM e até mesmo diminuição do fluxo menstrual, reforçando que essa experiência muda alguns hábitos diários e a relação da mulher com o seu ciclo (seu sangue). Outra diferença é que, muitas vezes, é um motivo de questionamento, é ter de lavar o absorvente depois de usá-lo”, explica Nara Gallina.
E, de acordo, com Mônica Diniz, “Eles se diferem dos tradicionais em tudo. Os tradicionais são descartáveis, demoram cerca de 100 anos para desaparecer na natureza, poluem, causam alergias e algumas pesquisas revelam que alguns componentes químicos fazem mal à saúde da mulher. O biodegradável, por seu nome, já diz muito, e ainda por cima nos proporciona uma economia bacana no final das contas”, defende Mônica.
As vantagens de usar os absorventes reutilizáveis são muitas. É mais econômico, já que dura entre três a cinco anos. É mais saudável, considerando a quantidade de mulheres com alergia e por todos os produtos químicos que o absorvente descartável contém. É ecológico, tendo em vista que o absorvente reutilizável pode ser jogado fora depois de cinco anos no lixo de coleta orgânica e o convencional não.
O sangue nos bioabsorventes seca muito rápido, não fica encharcado como imaginamos. É suficiente, fora de casa, na hora da troca, fechá-los com os botões e guardá-los até chegar em casa, no próprio estojo do kit, numa nécessaire, bolsinha etc. Dependendo do fluxo, é aconselhável ter, em média, seis bioabsorventes (2 kits) de diferentes tamanhos, de acordo com a intensidade do fluxo, assim, ele pode ser utilizado, lavado, seco e usado novamente.
Após o uso, você deixa o bioabsorvente de molho na água por algumas horas ou de um dia para o outro, sem sabão. Esta água, rica em nutrientes, pode ser utilizada para regar as plantinhas, renovando assim, o seu ciclo. Depois, você lava com sabão neutro.
Para tirar manchas é só deixar no sol com sabão de coco ou por um pouco de água oxigenada na água, mas também pode ser lavado na máquina. É como uma calcinha, merece o mesmo cuidado.
Depois de cinco anos de uso, chega a hora da reposição. O conselho é enterrar os que serão substituídos em um jardim ou em uma pilha de compostagem. Desta forma, em menos de um ano eles estarão reintegrados à natureza.

Consciência global e pessoal

O bioabsorvente é uma combinação entre o modelo moderno de absorventes com abas e os paninhos que utilizavam nossas avós, permitindo-nos um contato melhor com nosso corpo e identidade feminina, abrindo portas para a valorização de uma atitude natural e saudável.
Os absorventes ecológicos também cuidam da saúde da mulher. Os descartáveis contêm resíduos industriais que causam danos ao seu corpo. São feitos de papel (árvores) alvejado e plástico, e vários têm na composição metais, sulfactantes, desinfetantes, bactericidas, fungicidas, colas, traços de organocloretos, entres outras coisas. Substâncias químicas são nocivas à saúde da mulher, muitas têm alergias e outros problemas por causa disto e na maioria das vezes nem se dão conta.
“Quando ouvia falar sobre o assunto achava a idéia pouco prática e nem pensava muito... até que assisti ao documentário e fiquei chocada! Queria começar a usar naquele minuto! Mas o que eu não sabia era que por trás disso havia todo um resgate de valores femininos que vão se manifestando no decorrer do ciclo! Estou harmonicamente feliz!”, diz Débora Cotrim.

Dicas

Para aquelas mulheres que ainda têm resistência ou preconceito do tipo “que nojo lavar absorventes!” ou o rejeitam dizendo “isso é para ‘naturebas”, as empresárias deixam seus conselhos:
“A todas as mulheres as quais eu apresento o bioabsorvente, eu digo que elas podem usar calcinhas descartáveis também. Não precisa por a mão no sangue. Também existem luvas para serem usadas em limpezas diversas. Eu, em particular, prefiro não menstruar por outros motivos, como por exemplo, a TPM, que me mata. Mas eu fiz uso dos bioabsorventes e gostei muito. A lavagem é super simples. Mesmo porque, para oferecer a outras pessoas uma idéia, eu tenho que acreditar nela”, ensina Mônica. “Eu digo: experimentem! Tenham sua própria impressão”, diz Nara Gallina.
“E se cada um fizer um pouquinho, no final das contas estaremos menos poluídos... por dento e por fora...”, conclui Mônica Diniz.

Contatos
Mônica Ferreira Diniz (Minas Gerais)
diniz_monika@hotmail.com
(31) 8488-2637
(31) 9243-8010

Nara Gallina (ModSer - Brasília)
modserbrasilia@gmail.com
(61) 9975-0658
(61) 9944-1061
(fonte: Andrea Franco e Ana Manssour, Plena Mulher)

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