Não importa se a mulher é a principal provedora da casa, ela continua sendo a responsável pelos serviços domésticos. Essa foi uma das conclusões reveladas pela análise do Ipea em uma investigação sobre a chefia feminina de família.
Segundo a sondagem, que teve com base dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009), mesmo as mulheres “chefes” de famílias com filhos passam mais de 30 horas semanais cuidando da casa, enquanto as que não têm crianças, quase 26 horas.
O estudo mostrou um aumento de 27% para 35%, entre 2001 e 2009. Essa tendência acontece em todas as regiões do país, apesar de ser um fenômeno tipicamente urbano. Segundo o Ipea, essa transição se justifica pelo novo papel da mulher na sociedade, que passou a ocupar cargos até então exclusivamente masculinos, e a participar mais ativamente do mercado de trabalho.
De acordo com o Ipea, o que justifica essa mudança é justamente a maior escolaridade feminina, que proporciona empregos mais bem remunerados. A dedução decorre da análise sobre os anos de estudo do casal: em famílias em que a mulher é a principal provedora, a média é de pouco mais de 8 anos; quando os homens são os “chefes”, a média cai para 7 anos.
Outro fator relevante é a porcentagem de famílias “chefiadas” por mulheres solteiras ou viúvas, que é quase o dobro da formada por casais. Porém, essa taxa está em declínio, o que evidencia o aumento aquisitivo do grupo.