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Opinião
13/11/2014 13h05

A força de Aécio

Marcus Pestana

Por Marcus Pestana Deputado Federal pelo PSDB

O Brasil deu um recado muito claro no dia 26 último: é preciso mudar. Mesmo garantindo a reeleição da candidata petista, a mensagem pela mudança ficou tão evidente, ao longo da campanha nos últimos meses, que a própria presidente, em seu discurso de vitória, assumiu que irá se esforçar para fazer um governo melhor. Uma coisa é certa: o desejo de mudança veio das ruas, das praças, das indústrias, das donas de casa e dos jovens, dos trabalhadores e empresários, de todos os cantos e lugares, mas encontrou eco e ressonância na figura de Aécio Neves. Por pouco, muito pouco, estaríamos agora com o presidente eleito em total alinhamento com as vozes insatisfeitas da sociedade. Se tal não aconteceu, é bom lembrar a força da máquina pública no poder, a campanha difamatória contra a oposição e o terror instaurado em diversos segmentos com a apregoada ameaça de extinção dos programas sociais caso o candidato Aécio saísse vitorioso. O marketing da mentira, amparado em uma retórica virulenta, se sobrepôs ao debate político transparente e civilizado, em proporção inédita no país. A verdade é que Aécio Neves sai das urnas como um líder vitorioso, forte e reconhecido nacionalmente.

Em primeiro lugar, o candidato da oposição imprimiu uma agenda de propostas para o Brasil. A defesa de uma candidatura construída em torno de idéias, programas e ações objetivas engrandece a força aglutinadora e mobilizadora da política. Não basta dizer que algo está errado, é preciso mostrar que há alternativas. Muito frequentemente, campanhas se mostram mais aptas a destruir do que construir. Aécio mostrou que é um político destinado a celebrar a política como território de diálogo, de exposição transparente e legítima de interesses, que devem convergir sempre para o bem comum. A forma como construiu o seu programa de governo é prova cabal desse ideário: o candidato, em sua primeira fase de campanha, percorreu o país inteiro para ouvir e conversar, reunir críticas e sugestões. Em seguida, ele costurou esse enorme patrimônio de ouvidoria pública com estudos, pesquisas e propostas vindas de especialistas reconhecidos, de todas as áreas, além da experiência trazida de seus mandatos como governador em Minas Gerais. Por fim, Aécio reconheceu que há ações exitosas de governos anteriores e apenas explicitou que iria aprofundar e ampliar as conquistas, especialmente no campo social. O Brasil não foi inventado em 2012 e nem, tampouco, o seria agora. Ainda assim, seríamos outro país, certamente. A leitura do seu programa de governo nos mostra como seria trilhar, novamente, o caminho do crescimento e da prosperidade.

Há muitos outros pontos que mostram a força de Aécio. Um indicador disso foi a sua capacidade de unificar o PSDB e suas principais lideranças. O partido caminhou unido para os embates, revelando a maturidade política de seus dirigentes e o reconhecimento público de uma liderança nacional. A união se deu também em torno do próprio legado do PSDB, um acervo enorme de conquistas e realizações que parecia intimidado e pouco valorizado. Aécio foi inflexível na celebração do caráter revolucionário do Plano Real, na reiterada defesa do programa de privatizações, na valorização de avanços de governança como a Lei de Responsabilidade Fiscal, e na lembrança providencial do DNA pessedebista na gestação de programas como o Bolsa Família – todos esses projetos combatidos arduamente pelo PT, quando colocados na pauta pública.

Aécio sai vitorioso porque mostrou, ainda, uma enorme capacidade de resiliência. Ele resistiu aos piores ataques e aos piores momentos da travessia. Mesmo quando tudo parecia, aos olhos da opinião pública, sem perspectiva de retomada, ele nunca desistiu, nunca se entregou à arena dos leões. O que vimos foi um gigante em luta, de peito aberto. Ele soube reunir forças oriundas de sua formação familiar e política e reagiu na hora da decisão, para mostrar-se um líder, de fato, à altura do desafio que o confrontava. Há que se reconhecer bravura, coragem e força interior. Em sua primeira campanha presidencial, Aécio Neves mostrou credenciais que o qualificam para muitas missões. A sua voz foi ouvida por milhões de pessoas, de norte a sul. A sua performance nos debates, com a clareza de argumentos e raciocínio, evidenciou um político maduro e com amplo domínio dos temas que interessam à Nação, cioso de suas responsabilidades e apto a pleitear o maior cargo da República. Quando o resultado das urnas tornou-se público, a imagem de uma militante do PSDB em prantos comoveu o país. Mas não há o que lamentar, ao contrário. Aécio Neves, com a propriedade de quem exerce a política com o mais profundo rigor e a mais legítima alegria, própria daqueles que amam a vida compartilhada com afeto e lealdade, soube imprimir uma dose extra de emoção à campanha presidencial. Isso é muito. Isso nos diz sobre o futuro que tanto queremos para o nosso país.

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