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Opinião
07/11/2013 17h00

A regra terá sido exceção

José Luiz Ayres

por José Luiz Ayres


Há coisas que compõem o nosso cotidiano, que as consideramos como parte da nossa vida, tanto no que concerne a cultura e o aprendizado, como também pelo lado do humor através das piadas, as quais temos oportunidade de extravasar a jocosidade no que é exposto e, que por vezes se transformam numa realidade pelas circunstâncias.

Curtindo a cidade de Conservatória, RJ, a não menos famosa e conhecida pela apresentação aos fins de semana nas admiráveis serestas às ruas, a atrair gente de todo o Brasil em espetáculo de rara beleza, onde o público participa ativamente a percorrer todo trajeto na maior empolgação, quando pela manhã de sexta-feira após o desjejum matinal à pousada onde nos encontrávamos, tive a oportunidade de presenciar um episódio que teve tudo a ver com a piada que tornou-se fato verídico, muito embora viesse nos surpreender pelo caso em si no inverso da história da picante chalaça.

Ao chegar ao balcão da portaria, deparei-me com um principio de mau estar, em que o gerente visivelmente insatisfeito procurava contornar a impaciência e a intransigência de um cidadão, que pelas feições características orientais nos parecia um nissei , sansei, não sei, que mostrando-se furioso exigia do pobre e paciente gerente que trocasse de apartamento, pois não aceitava ocupar o que lhe fora determinado, e, se não o atendesse deixaria a pousada sem pagar. Eu ao lado observando a encrenca, apenas me limitava a ouvir o entrevero, quando o gerente virando-se, indagou-me se tinha algo a reclamar do aposento, já que era tal qual o dele. Aproximando-me, perguntei qual era a dificuldade, pois não ouvi o inicio da reclamação. Nisso, o “japa” retrucou, perguntando se já me servira do banheiro e o que achara. Sorrindo, um tanto atônito, respondi que sim e o porquê da pergunta. O gerente treplicando, vira-se ao “japa” e fala: O senhor está vendo! E ele tem mais de 1.90 m. de altura e convenhamos teria razões para exigir uma mudança de quarto não acha?

O oriental ainda mais furioso, indignado a quase perder a calma, vira-se a mim e pergunta:- Mil perdões, mas o senhor já sentou-se na latrina? Meneando a cabeça de um lado para o outro, resolvi dizer que sim e retruquei o porquê da pergunta desagradável e inconveniente. O gerente bem aturdido e desarticulado, interveio a se desculpar pelo abuso do “japa” em colocar-me na discussão que nada eu tinha a ver, quando o japonês inconformado me indaga se não me incomodei ao sentar no vaso. Sem responder, limitei-me a sorrir, e o homem então disparou:- O senhor não incomoda sua saúde? Dessa altura impossível não sentir o que o Japão sentiu, pois meu “bilau” quase toca à louça da latrina. Isso faz doença perigosa!

Olhando-o, respondi que para tudo dá-se um jeito. È só sentar atravessado, que nada acontece. Mas de fato esta marca da louça: “nagóia”, provavelmente foi projetada por algum conterrâneo seu e obviamente conhece dos predicados físicos da raça!

Furioso, o “japa” deixou a portaria, eu entreguei minha chave e o gerente sorrindo me agradeceu perguntando como eu descobri tal solução? É o jeitinho brasileiro de ser!

Moral da história:: Ou “japa” é uma exceção à regra oriental, ou aceitou o jeitinho do brasileiro, pois continuou hospedado sem mais reclamar!

Ah!!! Esses “turistas queixosos” quando se veem conformados diante de um problema de solução prática, mesmo inconformados serão sempre pitorescos a nos presentear com instantes bem jocosos contrariando a piada, digo a regra!

 

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