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Opinião
26/02/2015 15h52

A Topada das “Botinudas”

José Luiz Ayres

Fazendo parte de uma excursão turística que nos levava ao sul do país, confortavelmente instalados em luxuoso coletivo, lá estávamos nós integrados ao seleto grupo de turistas, cujo convívio inicial nos parecia realmente digno e respeitável pelo comportamento até então às primeiras horas de viagem. No que pese aquele procedimento de certa forma requintado, talvez um tanto esnobativo, a curtição mostrava-se numa integração bem participativa entre todos.

Ao início da madrugada, informados pelo guia, teríamos a nossa segunda parada à cidade de Registro – SP, onde disporíamos de 40 minutos visando uma ceia.

Degustando nossa refeição deliciosa e ficar a apreciar o pequeno movimento existente no restaurante, juntamente com outros companheiros, um cidadão um tanto espavorido adentrou ao salão à procura pelo guia responsável da excursão, que localizado, após rápido dialogo, deixou a sua mesa e ceia acompanhando o preocupado e apressado cidadão. A observar a cena, tranquilos continuamos a  saborear as guloseimas, quando notamos alguns excursionistas a se retirarem, nos parecendo bastante apreensivos.

Com o tempo de parada se esgotando, chegamos ao ônibus e então tomamos conhecimento do bochincho. Duas mulheres da excursão, ambas casadas, foram flagradas num dos box do toalete; pela guardiã, em cena de explícito lesbianismo. A serviçal estarrecida pelo que presenciava, indignada disse que chamaria a polícia e, por isso foi ameaçada e quase agredida pelas “botinudas”. Só que o flagrante tomou proporções e repercutiu sobrando consequentemente para os maridos, que indignados, perplexos e logicamente envergonhados se recusaram a continuar a viajar, pois queriam registar na policia a ocorrência, onde teriam o testemunho da guardiã, como se isso valesse juridicamente numa separação. Afinal a liberdade de expressão é um direito comum a todos.

Passado mais de uma hora, finalmente o guia autorizou ao motorista o desembarque das bagagens dos casais e, deixamos registro sem os quatro passageiros, sob imenso murmurinho entre risos, gozações, perplexidade e comentos contra e a favor, mesmo após apagadas as luzes internas do coletivo.

Moral da história: o que é certo ou errado moralmente, não nos cabe julgar, pois os conceitos amorais de cada um só a ele pertence, desde que não firam os preceitos de cidadania e ultrapasse o respeito o qual por circunstâncias, temos o direito em ser preservado.

Ah... esses “turistas complicados” quando fazem das “suas” motivados por ímpetos que os levam a praticar atos extrovertidos, sem dar conta o quanto essas impetuosidades possam representar, são de fato uns “abilolados” a nos proporcionarem passagens bem além de pitorescas, cuja ótica possa parecer um certo preconceito.

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