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Opinião
12/12/2013 16h22

As serpentes são sempre traiçoeiras...

José Luiz Ayres

por José Luz Ayres


Na vida da gente as coisas ditas e consideradas azares, na realidade só acontecem quando nós damos “sopa” para o azar.  É normal sobrecarregarmos o pobre do destino como responsável por tais situações.

Certa ocasião num hotel fazenda à cidade de Mirantão, MG, localidade esplêndida pela preservada natureza, numa tarde após o almoço lutando contra a lombeira, curtíamos o ambiente paradisíaco, quando observamos na porta do hotel um grupo de hóspedes a papear em visível sonolência, cujo objetivo era sem dúvida uma boa e macia cama. Tanto foi verdade, que, quase simultaneamente, foram se dispersando em direção ao interior do hotel, só permanecendo um casal que pareceu resistir aos chamados de Morfeu.

Nós resistentes, como sempre fazíamos, saímos em direção à cidade. Porém naquele dia alternamos o trajeto, apeando a estrada das cachoeiras. Decorrido algum tempo da caminhada, fomos alertados por um trotear de cavalos. Era uma charrete conduzida por aquele casal que resistiu à Morfeu.

De retorno, já no hotel acomodados a um banco do jardim, uma hóspede se chega indagando-nos se havia visto o seu marido.- Não, - respondemos. Entretanto pela descrição dada pela mulher, era o cidadão da charrete.

Por coincidência quase a seguir, um homem de aspecto humilde, típico minhoca da terra, também nos procura segurando roupas, que pela descrição seria o mesmo cidadão. Depois de algum tempo sentados, fomos para o nosso aposento e, ao cruzar a portaria, um “bafafá” estava formado.

A tal mulher, dita esposa do cidadão procurado, tendo nas mãos as peças de roupas que o minhoca trouxera, furiosa, em áspero interrogatório  inquiria do humilde homem, que aturdido e visivelmente aparvalhado tentava se defender a justificar sua presença ali. Afinal sua charrete foi encontrada abandonada apenas contendo sobre o assento aquelas peças de roupa.

À noite, ao descermos para o jantar, um clima nebuloso e denso imperava na portaria, onde comentários, fofocas e mexericos pairavam pelos cantos. Curiosos indagamos do gerente o que havia. A versão dada foi que o “cidadão sumido”, marido de uma das hóspedes, acompanhado de uma mulher – amiga de sua esposa – quando se banhavam secretamente na cachoeira, o cavalo na charrete assustou-se, talvez por uma cobra e, disparou estrada abaixa levando as roupas dos dois “azarados”, deixando-os como Adão e Eva naquele paraíso num naturismo forçado de consequências  mais que previstas...

Moral da História: Mesmo sem ter a tentação personalizada por uma maçã, nunca devemos descartar a possibilidade de a serpente nos preparar armadilhas às quais estaremos predispostos a cair, levados por desejos pecaminosos onde a traição é a “sopa” a qual damos para o azar...

 Ah...Esses “Turistas Aventurados” quando veem suas aventuras sucumbirem perante o toque serpenteado do azar, dada a sopa que deram e, atribuem ao destino o tal momento “infeliz”, são de fato inconsequentes a nos oferecerem instantes lamentáveis, porém “ paradisiacamente”
pitorescos... 

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