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Opinião
28/01/2016 10h35

Carnaval... Apenas uma fantasia!

José Luiz Ayres

Era um período de carnaval e nós havíamos aproveitado para curtir a cidade de São João Del Rey. A cidade de certa forma nos surpreendeu, dada a frequência de turistas, comprovada através dos bares, restaurantes e biroscas improvisadas sempre concorridas.

À manhã de sábado depois de desfrutarmos de proveitosa caminhada pela histórica cidade, ao retornarmos, optamos por um bar próximo ao hotel, no intuito de saciar a sede que nos fustigava, sentando em uma mesa localizada à calçada e ali permanecemos a apreciar a movimentação daquele início de carnaval, onde grupos de foliões já davam o ar da graça pela avenida exibindo suas carnavalescas fantasias. De repente sem que nos apercebêssemos, o bar estava tomado de pessoas, na maioria de turistas, numa total animação e liberação, A duas mesas próximas, um grupo de uns oito “coroas”, conversava descontraído entre cervejas, caipirinhas e tira-gostos. O assunto claro versava em torno das belas mulheres que ali transitavam usando seus trajes provocantes a exibirem seus corpos estruturais, aproveitando o carnaval em que o vale tudo é priorizado. Afinal ali não existiam praias e essa era a oportunidade a se exporem.

Cada uma que passava junto aos “coroas” era agraciada com todo o tipo de elogio por aquela “geração Viagra”. Assim, à medida que o álcool se intensificava, a descontração mais se fazia presente em delírios e arroubos externados.

Um deles, - por sinal o que mais se sobressaia em termos de conquistador pelas bravatas proferidas – talvez extrapolando na sua autoconfiança e querendo mostrar-se perante os amigos seus predicados de “Dom Juan”, de forma atrevida, resolveu achacar uma bela e esbraseada mineira de corpo escultural, segredando-lhe ao pé do ouvido no exato instante que enleava o braço em sua desnuda cintura, apenas contornada sobre “o protuberante traseiro” um biquíni adornado com pequenas penas coloridas.

Entretanto, sem que ele esperasse, a garota desvencilhou-se do assédio e virando-se para o abusado cidadão e disse: -  Vê se enxerga vovô. Vai se juntar aos seus parceiros de sueca, já que a única coisa que sobe em vocês é a Pressão arterial e a idade limite para a aposentadoria, Uai!! Pois nem Viagra resolve e, ai sim, vai existir a possibilidade de endurecer com a sua morte!!!

O “coroa”, desconsertado, retornou à mesa unindo-se aos amigos também aparvalhados, a virar de uma vez só o seu copo de caipirinha...

Moral da história:  Apreciar o que é belo, mesmo de saudosas memórias, é um direito de cada um, afinal cada qual desfrutou ou desfruta da sua época e recordar o que passou, é também uma forma de viver!

Ah... esses “turistas idosos inconformados”, quando se acham ainda que podem fazer frente a realidade, esquecendo-se que a atração física, a pele, são os fundamentos básicos num envolvimento amoroso numa relação carnal, são de fato uns sonhadores a nos proporcionar momentos bastante pitorescos...

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