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Opinião
12/01/2012 17h32

Coluna - Janelas do tempo A sétima arte (parte II)

A sétima arte (parte II)

Enquanto o Cine Vogue tinha a concorrência do São Lourenço, de Francisco Sousa Domingues, não conseguia prosperar. Então, este último acabou por comprá-lo e foram os anos de ouro da nova casa cinematográfica. Os filmes passavam primeiro lá e depois iam para os outros dois. O preço era diferenciado. Parece que havia classes sociais para cada um deles. Chegaram a funcionar os três cinemas ao mesmo tempo, sob o comando do mesmo proprietário. Nunca vou me esquecer das noites de domingo na década de 60, em que toda a juventude de São Lourenço estava presente. Choviam meninas bonitas. Cine Vogue das paqueras, dos namoros, dos noivados. Foi lá dentro que vivi meus melhores tempos de glória e de cartaz com as meninas...

 

   
Com o advento dos videocassetes, os cinemas foram perdendo seu valor e se transformando em mais uma saudade. Um a um, foram encerrando suas atividades. Numa das últimas vezes em que estive numa sessão vespertina no Vogue, depois de recuperado da enchente, cheguei às lágrimas, ao ver que, além de minha família, havia apenas uma pessoa. Vieram-me à mente todos os dias e noites de glória ali vividos, cheio de gente, muitos sem lugar para sentar e assistindo à sessão, de pé ou sentados no chão. Hoje é apenas um prédio onde funciona uma igreja evangélica e existem algumas lojas. Não sem antes o atual proprietário – eu − ter tentado transformá-lo nunca casa de shows, sem ter tido qualquer apoio de autoridades e empresariado.

 

 
Felizmente, com a inauguração do Minas Sul, não ficamos órfãos da sétima arte e podemos frequentar um cinema em shopping, com cheiro de novo e de pipoca. Já temos programa para algumas noites e para as tardes de domingo, boas alternativas para determinados programas de televisão que são, realmente, um fracasso.

 

(Não posso deixar de citar aqui o Cine Rio Branco, de Varginha, o mais belo dentre estes todos e que também marcou minha juventude, dos anos de 58 até 62. Lá também aconteciam muitas paqueras que não se esquecem nunca... A música de antes do início das sessões, também marcou época e chamava-se: Love is a many-splendored thing. Nem mesmo este cinema existe mais, assim como tantos outros que frequentei, no Rio, em várias épocas: Azteca, Rian, Bruni Botafogo, Bruni Copacabana e outros Brunis, o antigo São Luís, no Largo do Machado, vários na Praça Saenz Peña, Veneza, Condor Copacabana. Todos eles e muitos outros por este Brasil afora receberam o The End que costumava aparecer ao final dos filmes...).

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