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Opinião
14/07/2016 16h09

Da fazenda e da fábrica

Por Stefan Salej*

Tudo o que é produzido nas fazendas passa a ser industrializado. Nem a verdura mais comum, como alface, escapa. No mínimo, se for orgânica, tem que ser lavada, embalada, transportada e vendida. Ou seja, a fazenda tem sua continuidade na fábrica, nem que ela seja chamada cozinha. O agronegócio é fundamental gerador de riqueza industrial. Os dois setores são intrinsicamente conectados, interdependentes e parceiros .

Na semana passada, foi realizado em São Paulo o terceiroforum global de agronegócio, que justamente mostrou isso. Em primeiro lugar, que o agronegócio brasileiro, que teve no ex Ministro da Agricultura Alyson Paulinelli um dos mais importantes pioneiros da agricultura tropical, está globalizado. Não é só porque as exportações do setor são responsáveis por 40 % das exportações brasileiras, mas porque, com a sua competitividade e produtividade e visão de mercado global, é um setor que está orientado para o mercado mundial. Assim, ele se beneficia de ciclos econômicos mundiais, que aumentam a renda das pessoas e fazem crescer a classe média, e leva em consideração a crescente urbanização mundial.

Enquanto isso, a indústria ligada aoagronegócio tem que acompanhar essa evolução, senão perde o ritmo de negócio. Tem mais: o agrobusiness brasileiro tem na sua produção básica controle de empresários brasileiros, e dependendo do setor, como carnes, também a comercialização. A obsessão com o mercado global leva também a outrasobsessões: tecnologia, produtividade, competitividade.
Para dar um outro exemplo, vale a pena lembrar que a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo está lançando o Agronegócio 4.0,ou seja, está liderando o processo de digitalização do setor. Sem falar na EMBRAPA e em outro exemplo, que é a genética animal desenvolvida em Uberaba.

Agora cabe a pergunta: e a indústria não ligada a agronegócio? Onde está o programa de Indústria 4.0 (digitalização, internet das coisas, robótica)? As entidades como aAgênciaBrasileira de DesenvolvimentoIndustrial e a Empresa Brasileira de PesquisaIndustrial são o retrato do atraso comparativo com o agronegócio. Sem falar nas excelências regionais, como aEPAMIG. E não no final de contas no excelente serviço que presta aos seus associados a FAEMG, comemorando 65 anos bem trabalhados. Quem sabe se ao invés de só viajar para fora para ver como funcionam as coisas, virando os olhos para o agronegócio brasileiro, a indústria possa avançar mais, não só em parceria mas também em modelo de competitvidade.

Passou-se o tempo em que o industrial representava o avanço no desenvolvimento. Hoje, esse papel está sendo desempenhado pelo fazendeiro. E amanhã quem sabe os dois se unem e chamam outros setores para desenvolver o país como um todo. Sem operário precisar trabalhar 80 horas semanais.

*Stefan Salej - Consultor internacional - Ex Presidente do SEBRAE e da FIEMG Federação das Indústrias de Minas Gerais

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