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Opinião
14/06/2016 10h38

Delação Premiada

Por Stefan Salej - Consultor internacional Ex Presidente do SEBRAE e da FIEMG Federação das Indústrias de Minas Gerais

Por Stefan Salej*

O delator Benedito de Oliveira Neto, o Bené, acusa o governador de Minas, Fernando Pimentel, de fazer um acordo com a Confederação Nacional da Indústria, A CNI, para ganhar R$ 1 milhão em caixa dois na campanha de 2014. Preso pela Operação Acrônimo, Bené admitiu à PF que operava para Pimentel, arrecadando propina para a campanha vitoriosa de 2014. Segundo o delator, o presidente da CNI, Robson Andrade, usou um contrato para desviar dinheiro do Sistema S e abastecer a campanha de Pimentel, que era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Trata-se do evento bianual Olimpíada do Conhecimento, a maior competição de educação profissional das Américas. A última edição foi em 2014 em Belo Horizonte e, na delação, o delator chama o evento de “Olimpíadas da matemática”. Época teve acesso aos depoimentos de Bené prestados à Polícia Federal em sua delação e já revelou que o delator disse que o Palácio do Planalto foi usado para arrecadar dinheiro de campanha. O delator cita nominalmente o presidente da CNI, Robson Andrade.

“Em agosto de 2014, Fernando Pimentel comunicou ao colaborador que havia se reunido com Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria - CNI, e que havia acertado uma contribuição de tal entidade sindical no valor de 1 (um) milhão de reais para a campanha eleitoral de 2014 de Fernando Pimentel para o governo de Minas Gerais”. Evento VII - Em agosto de 2014 o candidato ao governo de MG Fernando Pimentel estabeleceu contato com Robson Andrade Presidente da Confederação Nacional da Indústria CNI, acertando uma contribuição de campanha no valor de R$ 1.000.000,00. Para a liquidação foi solicitado que o colaborador mantivesse contato com o proprietário da empresa Samba Produções. Esta empresa à época estava contratada pelo SESI/SENAI e desenvolvia o evento Olimpíada da Matemática com utilização de recursos pelo Sistema S. Posteriormente, a SAMBA pagou nota fiscais da G5/Escola Satélite, entre outras empresas, que não correspondiam à serviços prestado para a SAMBA, mas sim para trabalhos desenvolvidos para a campanha eleitoral.

Segundo Bené, a solução encontrada foi usar o evento para pagar as despesas. “O colaborador deveria solicitar a algumas empresas com débitos por serviços prestados na campanha eleitoral de 2014 de Fernando Pimentel para o governo de Minas Gerais que emitissem notas fiscais em nome da empresa Samba Produções.

A empresa Samba Produções estava executando serviços relacionados à Olimpíada da Matemática em Belo Horizonte com recursos do SESI/SENAI”. Em nota, o advogado de Fernando Pimentel, Eugênio Pacelli, critica a delação de Bené. “Tudo indica que delações como essas constituem o cardápio principal servido nas prisões nacionais. Criminosos de carreira vêm sendo beneficiados com leves prisões domiciliares e perdas irrelevantes de seu patrimônio constituído em ações delituosas. Por isso, nessas delações “Mega-Sena” fala-se pelos cotovelos, que nem tornozeleiras ostentarão”, afirmou. A CNI disse que não comentaria por desconhecer os termos da delação.

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