Por Stefan Salej*
Este ano, mal começou, já tem Carnaval. Mas, mesmo assim, na área de negócios, a continuidade de um ano com muita turbulência política, uma massa de desempregados com os quais o país não sabe conviver, aumentos de impostos e de preços, colocam ao empresário uma pergunta simples: o que faço aqui e agora.
Primeiro, nem tão pouco há o que fazer em termos macro, seja econômicos ou políticos. É só acompanhar o seu deputado estadual ou federal e dizer a ele o que você pensa, ou o que você acha que são seus interesses. Ele foi eleito para representá-lo, e, se está fazendo o quer e contra seus interesses, cabe a você lhe dizer isso, invés de falar que os políticos não prestam. Nesta mesma linha, vale a pena ver o que fazem os vereadores, estes marajás locais, que têm muito mais poder, junto com os prefeitos, do que nos queremos admitir. E faltam as entidades empresariais: seus dirigentes estão aplicando os recursos para o bem da comunidade empresarial ou para o seu próprio bem? Sua opinião política expressa seu interesse de servir aos seus negócios, ou representam de fato o interesse da comunidade empresarial? E se você não se pronunciar, acontece o mesmo com os políticos: nada, e tudo contra você.
No segundo plano é que esta o melhor remédio, mesmo que amargo, para sobreviver esta transição política, econômica e financeira que estamos vivendo. O Brasil só vai começar um novo ciclo daqui a alguns anos, se a liderança política fizer as mudanças necessárias para tanto. E você não tem tempo para esperar.
A primeira e mais importante atitude é você aceitar que daqui para a frente tudo será diferente. Mudou o modelo econômico do país, de crescimento e estabilidade, para inflação e instabilidade. Amém. Outros tempos, outras estratégias, outras táticas, outras atitudes. Quais? Bem, você, seus sócios e seus funcionários sabem melhor do que qualquer um. Já está tarde para que o projeto de enfrentar a situação seja só do dono da empresa ou dos executivos. O interesse é de todos, e as propostas podem ser excelentes se vierem de todos.
E não se esqueça também da mão firme no caixa e do olho no mercado, ou como dizia meu pai açougueiro: o freguês é que importa.
Político nenhum vai ajudá-lo na sua empresa. Você a fez, seja como dono ou como executivo, e só você pode enfrentar esta tempestade de El Niño econômico que vivemos.
*Stefan Salej - Consultor internacional / Ex Presidente do SEBRAE e da FIEMG