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Opinião
06/02/2014 11h32

Figurinhas carimbadas...

Bebeto Andrade

Por Bebeto Andrade,

de Cruzília/MG

Imagine o seguinte negócio. Você está meio no sufoco e vai à casa de um velho amigo, tipo aquele PPTO (pau pra toda obra). Lá você abre o jogo e diz que precisa de mil reais emprestados, pois o mar não está pra peixe. O velho amigo topa na hora e apresenta dez notas de cem, daquelas verdinhas que você não vê há tempos.

Com o dinheiro no bolso, você arremata a transação com a seguinte proposta: no mês seguinte, além dos mil reais, você pagará cinquentinha de lambujem, pelo risco que o velho amigo irá correr. Ele pergunta qual risco, e você responde que pode muito bem dar-lhe um tremendo cano.

Indignado, o velho amigo diz que não topa fazer isso, porque seria como cobrar juros e, neste caso, sua (a dele) reputação estaria comprometida. Você então argumenta que não se trata de juros, mas de uma... taxa simbólica de risco. Fechado o negócio, vocês trocam um aperto de mão e se despedem.

À tardinha seu telefone toca, você atende e é o velho amigo, agora em apuros. Ele diz que precisa urgentemente de mil reais, pois a esposa vai fazer um tratamento de canal e a coisa não é brincadeira. Ora, como é que você vai negar? Você corre até à casa dele e recebe um abraço de gratidão, além da promessa de cem reais no mês seguinte, a título de... taxa simbólica de risco.

Na data combinada, você paga os mil reais que deve a seu amigo e mais os cinquentinha prometidos. E o que acontece à tarde? Ele paga aqueles mesmos mil reais que você lhe emprestou, e mais cem a título de... taxa simbólica de risco. Estarrecido, você chega em casa e percebe que faturou R$ 50,00 à toa, sem mover uma palha!

Parece conto da carochinha, não? Mas não é. Hoje em dia, tem muito espertinho por aí pegando dinheiro emprestado no BNDES (banco do governo) a juros baixos, e aplica parte do dinheiro na compra de títulos da dívida pública do governo, que está pagando uma boa baba depois que o o Banco Central aumentou a taxa Selic. Em outras palavras, o sujeito toma dinheiro emprestado do governo, empresta parte desse dinheiro ao próprio governo e, com isso, fatura uma pequena fortuna.

O único problema é que eu, você, se nós formos pedir dinheiro ao BNDES, dificilmente teremos o crédito aprovado. Porém, tem muita figurinha carimbada por aí... Ah, sim, e ainda sobra uma gorjeta a tpitulo de... “doação de campanha”. *É ou não é um bom negócio?

 

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