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Opinião
23/01/2014 17h28

Geraldo, o ferroviário

José Luiz Ayres

por José Luiz Ayres

Recentemente, ao abrir minha caixa de e-mail, e verificar as mensagens recebidas de saudações natalinas e pela passagem do ano, me surpreendi ao ler a postada pelo leitor: Sr Geraldo, da cidade de Americana - SP, a estender o conteúdo das felicitações com citações elogiosas ao nosso trabalho sobre fatos os quais procuro desenvolvê-los e demonstrar, intitulados sob “Na Fumaça do Trem”, através do semanário Correio do Papagaio em Minas Gerais.

Segundo suas considerações, este tema vem cada vez mais proporcionando a leitores como ele, a grande satisfação em poder recordar um passado: principalmente por ter sua vida atrelada à ferrovia, já que foi um ferroviário a serviço da Cia. Paulista por longos anos, a galgar várias funções profissionais, as quais orgulha-se. Entretanto, sempre lamentou que pouco se conhece sobre o que representou esta grandiosa malha férrea brasileira, que unia através dos intermináveis trilhos de diversificadas bitolas, longínquas cidades em todos os quadrantes, a levar progresso e trazer as produções agrícolas e os alimentos em si às privilegiadas capitais, a fazer rodar a precária economia interiorana, que hoje foram suplantadas por rodovias e o mais variados tipos de transportes, tanto no aéreo como pluvial e marítimo. Porém, uma coisa tornou-se insubstituível por não ter como suplantar: ou seja, a poesia que o trem Maria-fumaça nos proporcionava ao vê-lo chegar e partir, a deixar e conduzir as pessoas às plataformas das estações interioranas. Embora a maioria fosse dotadas de intima estrutura a suportar o peso do decantado progresso, aquelas edificações eram como o marco representativo de uma “pujantes” economia a fazer com que os munícipes orgulhassem da sua cidade, onde tinham à estação o referencial, principalmente quando ouviam os saudosos apitos a ecoarem pelos vales, campinas a propagarem-se pela cidade, sem ter que verificassem os relógios dado aos horários precisos das composições. Isto segundo seu Geraldo, era motivo de cada chegada, deixar as cidades mais agitadas, inclusive mais românticas ao cair da tarde, ao ver as jovens a passear às cercanias das estações à espera de encontrar seu amado, nos olhares melosos lançados aos moços recém desembarcados à procura da sua alma gêmea. Fato correlato contado pelo Sr. Geraldo quando conheceu sua amanha à cidade de Jaguariúna em 1948.

Como pode ver, caro leitor, independente dos seus elogios os quais me sensibilizam, é que escolhi e me apaixonei por esse tema, onde procuro de uma forma simples, mostrar o quanto se tornou importante, a proporcionar a alguns leitores momentos de recordações de uma época, cujo trem, especialmente o a vapor, foi preponderante às suas vidas, em que a saudade, hoje através das crônicas fazem amenizar a suposta nostalgia, a trazer episódios conseguidos por pessoas como o senhor Sr. Geraldo, cuja a credibilidade me leva a dedicar-me cada vez mais ao tema, com a ajuda daqueles que de certa forma viveram e conviveram neste período histórico das ferrovias. Entre eles, como o senhor cita estão: Luiz Ayres (Meu pai), Monsenhor Barbosa e os ferroviários. Miguel e Evandro chefe de trens.

O nosso acervo, compõe-se de centenas de episódios e cada vez mais cresce com narrativas de anônimos simpatizantes que ajudam a desenvolver este histórico, que a mim tornou-se um verdadeiro tesouro, o qual no pequeno espaço que me é reservado, procuro mostrar este relicário de saudosas lembranças no intuito de torná-lo não nostalgia, mas sim oferecer um pouco daquele lirismo dominante que transformava a ociosidade e a monotonia presença de um circo que esporadicamente com limitadas apresentações à cidade comparecia.

O trem na verdade preenchia esta lacuna diariamente, pois fazia com que a cidade se movimentasse a sair do marasmo diuturno que vivia, em ter às chegadas dos comboios, que quase sempre traziam surpresas, cujo conteúdo muitas vezes provocavam a curiosidade e consequentemente motivavam “mexericos e fuxicos” a permanecerem por algum tempo à boca do povo, a causar boas e deliciosas discussões. Por tanto Sr. Geraldo, por isso e baseado nesta narrativa é que passei a discorre-las nos jornais que me acolhem nos seus espaços, onde Graças á Deus venho obtendo sucesso pelo grande número de aficionados amigos leitores. O que muito me engrandecem e me proporciona à disposição em continuar a escrever e, claro alardear o que as ferrovias representaram num todo principalmente, a gente interiorana do nosso imenso Brasil.

Deixo a todos os leitores, meus votos de um ano novo bem promissor e em especial ao Sr. Geraldo pelo carinho a mim dispensado com suas considerações.

 

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