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Opinião
11/09/2014 13h55

Marina é o FHC de Saias!

Odilon de Mattos

Por Odilon de Mattos

É sabido que Marina Silva só é candidata, como ela mesma gosta de dizer, graças à “providência divina”, o que convenhamos beira a soberba e a prepotência, aliás, características dos fundamentalistas religiosos.

Passada a comoção e a espetacular cobertura mediática sobre o fatídico acidente que vitimou Eduardo Campos e seus companheiros, e a gritante exploração eleitoral do fato, eis que surge a “metamorfose ambulante”, Marina Silva como a verdadeira salvadora do neoliberalismo tupiniquim.

A “mídia nativa” e a oposição conservadora já desesperados com o cambaleante Aécio Neves, não teve dúvidas e se agarraram à candidata Marina, para tanto, intensificaram o tiroteio contra Dilma Rousseff para favorecer a “Fadinha das Florestas”, e parece que está surtindo efeito.

Marina, além de suas contradições, tenta se apresentar contra a “velha política” e como uma candidata da terceira via, no entanto, o seu discurso aponta, de maneira clara, na direção das ultrapassadas políticas neoliberais e do fundamentalismo religioso, e tudo isso alimentado pelos segmentos mais conservadores da sociedade, como por exemplo: parte dos evangélicos, banqueiros, usineiros, empresários, a “mídia nativa” e vários políticos neoudenistas, tais como, Marco Feliciano, José Agripino Maia, Jorge Bornhausen, Heráclito Fortes, Ronaldo Caiado, José Serra, dentre outros.

No campo dos direitos humanos o conservadorismo e as contradições andam de mãos dadas. Marina em um primeiro momento se comprometeu com as causas dos homossexuais (casamento gay, adoção de crianças por casais homossexuais, equiparação dos crimes de discriminação de gênero com os crimes de racismo, etc) mas  depois de um puxão de orelhas do Pastor Silas Malafaia, Marina recuou. Outro retrocesso da insegura “metamorfose ambulante” antes ela escreveu: “A tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei de Anistia”. Agora, em entrevista ao G1 Marina disse ser contra a revisão dessa lei.

Na área econômica as propostas são claramente neoliberais, a começar pelos os seus gurus: Eduardo Giannetti, André Lara Resende, ex-assessor e ex-presidente do BNDES de FHC, Neca Setúbal uma das donas do Banco Itaú, dentre outros.

Todos estes gurus, bem como Marina são, declaradamente, defensores das políticas neoliberais, tais como: autonomia do Banco Central, que significa abrir mão da soberania monetária e colocá-la nas mãos do mercado e dos sistema financeiro nacional e internacional; Pré-sal não é prioridade, isso é renunciar a maior riqueza produzida no Brasil, a maior fonte financeira para saúde e educação e o fim dos estaleiros e dos empregos; terceirização no setor privado, não passa da precarização das relações de trabalho; não intervenção do Estado na economia, pode ser o fim do apoio dos bancos públicos para as indústrias, comércio, etc; diminuição dos gastos públicos, que significa fim das obras de infraestruturas e fim dos empregos; mudança na política de reajuste do salário mínimo, que nada mais é do que o arrocho nos salários da classe trabalhadora, dentre outras execráveis medidas neoliberais.

Na área agrícola, que é o grande responsável pelo crescimento do PIB, a insegurança, a manipulação e as contradições de Marina são gritantes. A candidata, coerente com os seus princípios, cansou de discursar contra uso de sementes transgênicas, porém, assim que Marina assumiu sua candidatura, teve o desplante de dizer: “Há uma lenda de que eu sou contra transgênicos, mas isso não é verdade”. Mas se tudo isso não bastasse a insolente Marina teve o atrevimento de dizer que Chico Mendes fazia parte da elite, ao lado do empresário da Natura, Guilherme Leal, e de Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú.

Diante de tudo isso, chegamos a duas conclusões: a primeira, assiste razão o brilhante Teólogo Leonardo Boff quando analisa a postura de Marina e afirma: ...”os pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora”; segundo, Marina não entendeu que o Brasil é um Estado laico e não teocrático ou confessional; e finalmente, fica claro que Marina se dobrou ao receituário neoliberal, o mesmo que outrora quebrou o Brasil. Por essas razões afirmamos: realmente, Marina não passa de um FHC de saias, inclusive, já vem dizendo: “esqueçam tudo que eu escrevi!”

*Odilon de Mattos Filho* de Andrelândia/MG

odilondemattos@ig.com.br

amidiaeapolitica.blogspot.com

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