Por Gilclér Regina*
Virou moda no Brasil promover empresas inovadoras chamadas start-up. Recentemente, a moda ou onda eram parques tecnológicos, antes cidades industriais, depois vieram os clusters, que passaram a se chamar APL-arranjos produtivos locais, e agora é a onda das start-ups. Incubadoras, aceleradoras, e pitch e farm start-up e não sei mais o que. Jovens levados a lutar pelos recursos fartamente oferecidos pela Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas, a FAPEMIG, a UFMG, o BDMG e demais universidades e inúmeras outras entidades. Ninguém quer ficar fora desse movimento porque parece que você não entendeu para onde vai o nosso desenvolvimento e o futuro.
Quando em um desses programas, cheio de entusiasmo e de ideais, foi perguntado a uma multidão de jovens inovadores e empreendedores,após um genial discurso desses profissionais de vender os lotes em Marte, se conheciam a frase do Churchill que “para chegar a vitória teremos suor, lagrimas e sangue” (porque assim é a vida de empresário), veio uma vaia ruidosa e um sonoro não. Nos não conhecemos a senhor Churchill e amem, O nosso mundo é outro.
Ninguém sabe quantos empregos foram criados pelos subsídios dados pelo governo do estado e outras entidades para start-ups. Nemquanto de faturamento e impostos foram devolvidos aos cofres públicos. Nas verdade, tem algumas start-ups que iniciaram bem mas em seguida foram vendidas para se incorporarem aos conglomerados maiores ou então, como a Biominas, um projeto pioneiro na área de tecnologia no Brasil, continuam crescendo e apresentando os resultados. Mas, são as exceções que confirmam a regra.
Mas, os tempos estão mudando. Segundo o jornal New York Times, os investidores exigem resultados, o dinheiro não anda mais fácil para empresas novas. Não só a ideia, e nem só o canvas, que substituiu o plano de negócio, devem ser convincentes, mas também os resultados. Mas, isso também esta mudando no Brasil, mais precisamente em São Paulo.
A FAPESP, fundação de amparo a pesquisa de São Paulo que entre outros projetos financiou 176 start-ups, com valor inicial de 200 mil, introduziu com apoio da FIESP, uma nova metodologia para avaliar a possibilidade de uma start-up se tornar uma empresa sustentável. 21 start-ups fizeram um curso chamado I Corps, que é a metodologia do governo dos Estados Unidos para validar as ideias. Os empreendedores têm que validar seu projeto através de 100 entrevistas e um trabalho árduo na composição de seu canvas. Três meses para saber se o projeto é viável ou não. E ai, sim o investidor, seja governo ou privado, vem.
O dinheiro pelas boas ideias só, com macacos empreendedores pulando de galho a galho, tem que acabar. O mercado tem que dizer se a sua ideia é valida ou não. Comprove!
*Gilclér Regina é Escritor e Palestrante Profissional
Uma pessoa simples que se transformou num dos mais reconhecidos Conferencistas do país, com atuações também no exterior.