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Opinião
11/04/2013 09h52

Na paz, as amoras verdadeiras (parte 2 - final)

Aires conclui sua fala sobre paz e as amoras

Deixando o casal após ouvir atentamente a triste e emocionante narrativa, onde brasileiros se duelaram em troca de uma causa injustificada, seguimos a caminhar saboreando as deliciosas amoras em meio a tanta paz, que ali, no alto da Mantiqueira a vida ainda nos proporciona, a deioxar à história episódios abomináveis que há quase 80 anos o nosso Brasil infelizmente viveu, marcado pelos atos heroicos de incógnitos irmãs, simbolizado no registro em uma placa ali afixada sobre uma pedra a lembrar a bravura do Coronel Juvêncio nas batalhas sangrentas ao “sabor das amoras quentes” lançadas de enfurecidas e nervosas armas de fogo a alimentar a morte, cuja fúria fez tombar dezenas de irmãos brasileiros.

Felizmente estes episódios belicosos, no que pese a história, vêm sendo aos poucos dissipados como a fumaça expelida das chaminés das locomotivas pelo vento da civilidade através das gerações, inclusive dos descendentes dos ditos heróis desconhecidos como seu José Leite, que hoje, em tempo de paz, nesta plataforma, degustando saborosas amoras silvestres sob a brisa refrescante da mata circundante, o canto constante dos pássaros parecendo nos saudar, faz com que deixemos para trás o horror de 1932 e a execrável lembrança da triste sina dos ditos heróis.  Afinal, o heroísmo é vinculado sempre a um episódio dramático, em cuja vítima é salva por um gesto espontâneo de alguém, que será intitulado de herói, diante do desprendimento pela própria vida no afã de suplantar uma adversidade momentânea que às vezes se sucumbe em detrimento da sua própria vida pelo ato heróico praticado.

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