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Opinião
18/04/2013 10h57

Nada além do susto, ufa!

Aires fala sobre os sustos que tomamos durante nossa vida, ufa!

Um senhor que aquela manha, absorto talvez pela bucólica paisagem da estação férrea de  São Lourenço, que à plataforma a tudo contemplava, a mim se aproxima a indagar-me sobre o aproveitamento dos velhos vagões que ali se encontravam. Prestando-lhes as devidas informações, pasmo ficou ao saber que em nosso complexo ferroviário os mesmos são reconstituídos e recuperados postos a entrar em trafego, e ficamos então a prosear.

Nisso, o trole que serve de auxiliar no transporte de dormentes dos tocos de madeira e outras utilidades, vem sendo empurrado por um funcionário conduzindo os tocos de eucalipto no abastecimento da locomotiva. Ao observá-lo, nota que o homem o deixa a atender o chamado de um colega. Seu Francelino como se deu a conhecer, virando-se a mim, diz que aquela atitude o fez lembrar-se de um episodio o qual teve a infelicidade de vivenciar, no que viajava no trem a caminho de Ouro Preto, que por pura sorte não causou uma enorme tragédia e pôs-se a narrá-lo.

Dizia que o comboio em velocidade normal seguia tranqüilamente, quando fomos surpreendidos por uma impactante frenagem, seguido de trancos e outros tantos impactos e ruídos agudos pelo atrito das rodas com os trilhos; nos que nos fez ir de encontro às poltronas a frente com a queda dos bagageiros de malas, sacolas e embrulhos em meio a maior confusão no vagão, para finalmente ouvirmos o som forte de algo ser colidido pela Maria-Fumaça; que obviamente veio a parar.

Assustados, deixamos o vagão, como outros passageiros dos demais carros fizeram e pudemos constatar que o acidente fora causado por um trole deixado a deriva em meio a curva,cujo o condutor e o auxiliar negligentemente os deixaram sobre os trilhos enquanto catavam os dormentes apodrecidos substituídos pela manutenção  da linha.

Felizmente os desatentos e negligentes trabalhadores nada sofreram, pois mantinham-se distantes do local. Quanto à locomotiva apenas o salva-vidas ficou esfolado na pintura, com uma garra retorcida. O trole é que foi a “vitima” ao ser lançado longe  todo destroçado. Porem, nos interiores dos vagões, a desordem e a confusão foram totais com algumas pessoas levemente feridas e muitos “galos” nas testas e cabeças. Sem contar com o foguista que teve um braço machucado ao ser atingido por um toco deslocado da carvoaria.

Repreendidos pelo maquinista e o chefe do trem, ambos foram presos e encaminhados a Ouro Preto, depois de constatar que se encontravam em total estado de embriaguez etílica.

Assim, Francelino, deu a sua colaboração com mais um episodio a juntar-se ao nosso acervo, no que pese viesse beirar um drama por possível tragédia, mas que felizmente foi transformado em tragicomédia pelos inconseqüentes e levianos pinguços, tendo como prova da embriaguez a garrafa de pinga ali encontrada, já que óbvio aquela é poça o bafômetro era uma quimera e o bafo talvez fosse uma prova circunstancial momentânea!

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