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Opinião
26/02/2015 15h35

O cenário para o golpe está pronto

Odilon de Mattos Filho

Por Odilon de

Mattos Filho*

 

A direita conservadora do Brasil nunca engoliu as quatro vitórias consecutivas dos Trabalhistas e de seus aliados, mesmo sabendo que tais vitórias aconteceram dentro de um processo democrático, ou seja, por meio do voto livre e soberano do povo brasileiro.

Mas não obstante essas sucessivas derrotas, temos de reconhecer que a nova UDN está lutando para tentar retomar o Poder, mesmo que seja de maneira sórdida e antidemocrática.

A armadilha montada pelos neoudenistas contra os Trabalhistas é à mesma adotada por alguns boxeadores que sabem que não têm forças para nocautear o adversário e por isso tentam miná-lo com vários e sucessivos golpes.

Evidente que essa tática política só está sendo possível porque a direita soube cooptar imprescindíveis aliados, como por exemplo, a “mídia nativa”, parte do Poder Judiciário e do Ministério Público, parte da Polícia Federal, do Tribunal de Contas e de outros velhos e conhecidos comparsas.

O primeiro round dessa luta foi a Ação Penal 470 (AP 470) que teve como protagonista o Ministro Joaquim Barbosa. A tática foi iniciar um profundo desgaste da imagem do governo junto à sociedade e de criminalizar o PT.

O segundo round é a Operação Lava-jato que, desta feita, tem como herói o Juiz Federal, Sérgio Moro. O modus operandi dessa ação é muito semelhante ao da AP 470, especialmente, os holofotes midiáticos. Aliás, essa investigação está chamando atenção dos juristas pelas inúmeras arbitrariedades e ilegalidades cometidas, como por exemplo, a validação de depoimentos na Delação Premiada sem qualquer prova, considerando como verdade apenas a palavra do corrupto. Outro fato gravíssimo sobre a condução dessa investigação foi denunciado ao jornalista Paulo Henrique Amorim. Em carta um cidadão narra a crueldade, ou melhor, a tortura psicológica, sofrida pelos presos da Operação Lava-jato na masmorra da PF, denominada de “Guantánamo do Dr. Moro”. O fato se verdadeiro, é um flagrante atentado ao Estado de Direito Democrático e demonstra de forma inequívoca que as garantias individuais “foram solapadas em nome das idiossincrasias desse magistrado”.(veja a denúncia no seguinte link:  http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2015/02/06/os-dias-e-as-noites-na-guantanamo-do-dr-moro/)

O terceiro roud foi o Parecer - ideológico e não técnico - do Jurista ultrarreacionário, Ives Gandra favorável ao impeachment da Presidenta Dilma. Esse Parecer atendeu a um ridículo pedido de um dos Advogados de FHC e foi devidamente repercutido pela imprensa.

E o quarto round, talvez o mais importante, foi a eleição do ultraconservador Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara. Aqui mais uma vez destacamos a importância dos aliados dos sinhozinhos da “Casa Grande”, notadamente, a imprensa. Em momento  nenhum, durante a campanha para a presidência da Câmara, a mídia repercutiu como sempre faz contra Políticos do PT e aliados, a  vida pregressa do nobre Deputado Eduardo Cunha. A propósito, se o amigo quer conhecer a “Ficha Corrida” de Eduardo Cunha basta acessar: http://jornalggn.com.br/noticia/a-ficha-de-eduardo-cunha-o-mais-novo-notavel-da-republica

Com a eleição de Eduardo Cunha, somado a composição da Câmara mais conservadora desde 1959, o Brasil corre sérios riscos de viver uma imensa crise institucional e um colossal retrocesso nas Políticas sociais, de direito humanos e na Reforma Política. Com relação a essa Reforma Eduardo Cunha já mostrou para que veio. Retirou da CCJ a competência de admissibilidade da PEC da Reforma Política que prevê dentre outros pontos, constitucionalizar o financiamento privado (mãe de todas as corrupções) para as eleições e repassá-la para decisão do plenário da Câmara, onde já se sabe que o governo perde. Somando-se a isso, não podemos nos esquecer da intransigência de Cunha com relação às políticas afirmativas, especialmente, aquelas em favor das causas LGBT e sua total e explícita oposição ao Projeto de Regulação dos Meios de Comunicação.

Mas o derradeiro round para a oposição golpista, depois da sangria do PT e da eleição de Cunha é reabrir a CPI da Petrobras e tentar o impeachment da Presidenta Dilma e do seu Vice Michel Temer. O cenário e o enredo estão prontos: apoio incondicional da mídia para o golpe, Operação Lava-Jato, Parecer do Dr. Ives Gandra, desgaste do Governo e do PT, fragilidade e falta de reação da Presidenta e a passividade dos movimentos sociais. Portanto, estamos diante de uma iminente ruptura institucional e da possiblidade de termos como Presidente da República, nada mais, nada menos, do que um confesso homofóbico e um fiel representante da “Casa Grande”. Seu nome: Eduardo Cunha!

 

*Odilon de Mattos Filho*

odilondemattos@gmail.com - Andrelândia/MG

 

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