Sou contra a mimese e a favor da antropofagia. Contra qualquer imitação que é feita sem ser questionada.
Temos que ter uma identidade sólida. Não somos brasileiros moto boys, iluminados por abajours.
Sejamos abaporus. Devemos fagocitar e pinocitar qualquer tipo de cultura. Digeri-la, e aproveitar o que há de melhor em cada uma.
Devemos criar a nossa identidade. Qual é a nossa cara? Que falemos brasileiro, ser for preciso.
Não quero Pobre Alphonsus nem Pessoa, quero Meninas da Gare e Cecília. Quero ostentar a Inconfidência, sapatear liberdade, sentir nosso vento sobre nossas montanhas.
Sejamos os brasileiros da mandioca, do aipim, da macaxeira.
Brasileiros do uai, tchê e oxente!
Os índios-cablocos-brancos-negros-amarelos-pardos!
Sejamos nós! Brasileiros que assistem mais do que novela das 9 e futebol. Brasileiros que são mais que Carnaval. Brasileiros que vão além da Amazônia e do litoral.
Nada contra a globalização e tudo contra a perda da identidade.
Brasileiros sem eira nem beira, esculpidos e entalhados não se vendam: busquem cultura.
Vasculhem as cidades, desenterrem enciclopédias e lutem com a mais poderosa arma: o conhecimento.
Derrubem o sistema, estabeleçam regras, cantem a liberdade! E as demais coisas? A fortuna trará, já que a virtu a adestra.