Há quem sonhe com o fim do mundo, mandando todas as vacas para o brejo. A catástrofe da vez é o cometa Elenin, que estaria se aproximando, escoltado por duas gigantescas naves alienígenas, com a missão de salvar os bons e castigar os maus. Por mim, espero que ele salve primeiro as boas, que, aliás, são todas, mulher feia não existe mais.
Falando sério: li uma entrevista do astrônomo Leonid Elenin, o russo de 28 anos de idade que deu a sorte de descobrir esse cometa de órbita muito excêntrica. De uma hora para a outra, o rapaz se imortalizou, colocando-se no reino sideral. Segundo ele, o cometa não traz perigo algum para a humanidade. Quando passar "por perto", daqui a um ano, estará a uns 35 milhões de quilômetros da Terra.
Como um cometinha desses não pode ficar sem papel no teatro do imaginário, nada melhor do que ver o óbvio: o nome diz tudo! "Elenin" quer dizer isso mesmo: "É Lênin". O grande revolucionário comunista russo e de barbicha mefistofélica veio dar uma força na crise do capitalismo que ora rola nas quebradas das Montanhas Rochosas.
E para quem gosta de catástrofe, está aí a promessa de crise financeira, com a dívida norte-americana de três trilhões de dólares. Um senhor sinal: caíram três ornamentos góticos da fachada da catedral de Washington, no terremoto da semana passada.
Eu disse "promessa", porque ninguém pode garantir que essa crise vai ser o apocalipse financeiro sonhado por muitos. Quem deve três trilhões de dólares está garantido, tem os credores a seus pés. Basta dizer que dar crédito aos EUA ainda é o maior negócio da China... A peteca não pode cair, nem a saia da estátua da Liberdade. Mas os americanos que se cuidem. O terremoto se fez sentir na Casa Branca, no Capitólio e no Pentágono, os três grandes símbolos do poderio estadunidense. Só pode ser um aviso.
Em todo caso, enquanto Seu Lobo não vem, estou lançando o livro “Passando Ileso Pelas Nuvens Densas”, romance-reportagem sobre uma investigação jornalístico-esotérica entre o Extremo Oriente e o Extremo Ocidente: Nepal, Piauí e Chile.
Sem dar lição de moral, sem pretender faz a cabeça de ninguém e sem prejuízo da informação eubiótica do Autor, o livro é um breviário contra o derrotismo e/ou o oba-oba do ser humano crucificado no sexo.