Eu quero bater panelas
Mesmo que seja sozinho
Agitar esse covil
Esse ninho
Romper com a passividade
Com essa eterna mansidão
Acabar com a servidão
E a cumplicidade
Com essa conivência vergonhosa
Com a desonestidade
Quebrar o pacto com a canalhice
Com o culto à mediocridade
E à burrice!
Eu quero bater panelas
Denunciar omissões
Afugentar mensaleiros
Impostores
Alquimistas consultores
E ladrões
Quero o meu grito amplificado
Multiplicado
Não quero vida de gado
Num curral de marionetes
Nao quero ser palhaço
Nesta festa de maracutaias
Conluios e confetes!
Quero enxugar gelo
Falar para as paredes
Gritar num ouvido
Para sair no outro
Mas não quero ser conivente
Com essa liturgia indecente
Com essa burra unanimidade
Que me torna descrente!
Quero o meu país de volta
Urgente!