Lá estávamos nós mais uma vez a curtir nosso turismo num hotel fazenda à localidade de Visconde de Mauá – RJ, desfrutando das delicias que aquele bioma de mata Atlântica preservado, nos encantava e proporcionava, no que pesem as rígidas regulamentações e sinalizações passadas e expostas a nós turistas oriundos, claro, das nossas cidades à maioria de grandes concentrações urbanas, cuja atenção na conservação e o cuidado pelo respeito ao meio-ambiente sempre são desprezados infelizmente.
Entre as atrações hoteleiras, as que mais se faziam atrativas eram as piscinas e sauna. Todavia, por ser as dependências da sauna pequenas a comportar um fluxo considerável de frequentadores e também por ser destinada a ambos os sexos, havia uma determinação natural à utilização de horário aos sexos, que as mulheres previa o início de 15 às 17hs e os homens de 17 às 19hs.
Numa tarde, após caminharmos pelos caminhos sombreados da mata circundante da fazenda, cujo intuito objetivava em desfazer o guloso almoço, me dirigi à área edificada da sauna visando “tirar a agua do joelho”, pois ali um toalete se posicionava com esse proposito. Ao acessar o recinto observei pelo palavreado e risos que algumas pessoas ali se encontravam. Enquanto me servia do local, não que quisesse dar uma de abelhudo, passei a ouvir algo que me causou certa perplexidade e indignação, quando alguém narrou que daria para observar do vão entre a parede divisória junto ao teto, as mulheres na sauna, desde que despusessem posicionar sobre a mesa um dos bancos. A tal pessoa que narrava e incentivava a “espionagem”, fez questão de contar sobre a proeza a vangloriar-se de ver as belas mulheres nuas nas suas intimidades. Não tardou, o grupo de déspotas deixou o local onde rindo, à frente um cidadão careca e rechonchudo era seguido por quatro jovens, que pelo visto nem se tocaram com minha presença e saíram porta afora. Deixando o local bem aborrecido, contei a minha mulher o ocorrido, que também indignada disse que felizmente destetava saunas. Ao chegarmos à sede do hotel, nos sentamos num aconchegante caramanchão e ficamos a curtir o visual verde jante a contrastar com a bela tarde, quando uma mulher deixando as amigas, em volta numa vistosa canga, sai a caminhar dizendo que iria à sauna. De imediato me veio à mente aquela conversa que ouvi no interior das dependências da sauna momentos antes.
Por volta de 16 horas, depois de saciarmos a sede no bar da piscina e minha mulher seguir aos aposentos, me pus a circular pelo jardim do hotel. De repente, ouço um vozeiro vindo, me parecia, da área confinante a sauna. Observando o alarido, vejo aquelas quatro jovens apressadas se aproximando e passam, por mim a expressar risos e gracejos. Minutos depois, noto caminhando mais distante um casal, cujo cidadão pelo aspecto físico me pareceu o “esperto da sauna”, a gesticular e tendo ao lado aquela mulher da canga vistosa, que de súbitos; pasmado fiquei, ao vê-la aplicar bofetadas ao homem a deixa-lo aturófido a esfregar o rosto, com a agressora sair em disparada. Seguindo meu rumo, ao cruzar com o aparvalhado e desolado cidadão, me atrevi a indagá-lo se necessitava de ajuda. Olhando-me, disse que pegou uns marmanjos olhando sua mulher na sauna, trepados sobre a mesa na anti-sala e dizia que ira “processar” o hotel por permitir tal coisa por não manter um guardião ali durante o uso da sauna, já que o hotel é o responsável pela nossa segurança e privacidade às suas dependências. Meneando a cabeça, limitei-me a responder que desta situação não me preocupo, pois não somos adeptos desse tipo de lazer.
Moral da história: Quem com ferro ferem, com ferro será ferido!
Ah... Esses turistas cujo caráter bem mostra o quanto de cretinos são e considerados amorais que, ao sentir na carne o ferimento pelo ferro que costuma ferir, não passaram de eternos pitorescos querendo dar uma de indignado e moralista.