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Opinião
28/06/2017 15h42

Quis aparecer e quase sumiu...

Como inveterado curtidor da natureza, a aproveitar o que de melhor a vida nos oferece, lá estava eu no topo daquele mirante natural em Itatiaia, RJ,  a admirar o nascer de mais um dia, em que o sol ainda escondido sob o horizonte recortado de montanhas, já mostrava sua luminosidade refletida alaranjada às nuvens, sob frio intenso a cristalizar o orvalho e tendo os pássaros nos seus voos a saudarem o alvorecer, com seus cantos a ecoar pelos vales naquele cenário montanhoso de indescritível beleza em suas nuances verdejantes jogadas como uma tela fosse aos olhos de um artista.

Só desta vez, cinco hóspedes do hotel dignaram-se a me acompanhar, após entusiasmarem-se diante do papo à noite passada, quando mencionei o meu intento em visualizar a alvorada. Com o sol parcialmente encoberto pelas nuvens, lançando seus raios a formar belas e exóticas formações fascinantes  a nos mostrar um belo espetáculo, dois dos cidadãos querendo talvez se mostrarem ativos e destemidos, resolveram banhar-se à cachoeira um pouco abaixo de onde  nos encontrávamos. Lógico, me sentindo de certo ponto o responsável, tentei dissuadir da intensão, a alertá-los pela baixa temperatura, em que a água ainda gélida, poderia causar um choque térmico ou mesmo proporcionar uma hipotermia. Não acatando à orientação, a dizerem-se acostumados com esse tipo de situação como frequentadores de praias, lá foram os dois “experientes” urbanoides na busca da aventura.

Sol de fora, dia maravilhoso, fauna ativada ao cotidiano à  procura da sobrevivência e sentir a grandiosidade daquele bioma, resolvemos regressar no intuito de degustarmos o guloso “breakfast”  pois a fome já começava a nos fustigar, e procuramos descer  a avisar os dois banhistas que retornaríamos ao hotel. Todavia aos nos aproximarmos do local, eis a desagradável surpresa aos depararmos com os dois “vigorosos esportistas”, sendo um deles a massagear o companheiro, que ditado sobre as pedras, parecia em apuros. Acorrendo a eles, verificamos que estava sendo acometido de hipotermia, pelo quadro apresentado, tal o estado letárgico que o envolvia. Tentando reanimá-lo, envolvedo-o com nossos agasalhos conduzindo a nesga de sol que próximo se mantinha e continuamos a massageá-lo. Depois de algum tempo, observamos que sua tez começava a recuperar a cor normal e para alívio geral, abriu os olhos a reclamar do sol nas vistas.

Passado o susto, embora nos parecendo recuperado, ainda mantinha os lábios arroxeados e sendo acometido vez por outra por calafrios. Demonstrando-se avexado e sem nada a dizer, demos início ao retorno rumo ao hotel. Caminhando ligeiramente trôpego, por instantes sendo amparado, atingimos ao hotel, onde nos pediu que não revelássemos ou comentasse o problema, pois apenas naquele dia não estava bem fisicamente, por isso tudo aconteceu. Foi um mal estar passageiro...

Moral da história: Contra a força não há resistência, só mesmo o bom senso faz resistir...

Ah... Esses turistas teimosos quando pelas suas asneiras acabam dando com os burros  n’agua e se sentem o quanto de idiotas são, não poderemos de deixar de considerá-los uns eternos pitorescos, no que pese nos dar sustos incompatíveis com sua inteligência racional...

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