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Opinião
10/12/2015 16h46

Sem dúvida , é uma piada

José Luiz Ayres

Convidados por um amigo a participar no fim de semana em sua casa de veraneio, na aprazível localidade de Itaipava, Petrópolis, RJ, para proporcionar o ilustre cidadão português, renomado  catedrático,  historiador  e pesquisador que visitava o Brasil, aceitamos o honroso  e amável convite, cujo cunho didático  em  muito  nos interessava.

Após um dia proveitoso às visitações a cidade Imperial de Petrópolis, entre passeios, pesquisas e copilação  de dados históricos, retornamos à casa cuja noite gélida nos aguardava bem aconchegante e informal e me pus a  conversar expondo meus pargos  estudos históricos baseados  nos  renomados  historiadores  como: Azevedo Correia, Rocha Pombo, Hélio Silva, etc...os quais  reverenciados  condignamente pelo  Prof. Monsanto.

Entre a gama de assuntos conversados, a nossa história  sem dúvida  era  a tônica,  no que pese a versatilidade cultural do português. Diante da sua descontração e simplicidade que nos deixava a vontade e a  espirituosidade  através de um estilo piadista, de repente nos indagou  fazendo alusão  ao anedotário brasileiro -  onde os portugueses  são eternos personagens  – sobre algo que fundiu sua caixola e o intrigava.

Em visitação a cidade do  Rio de Janeiro, afora os pontos  turísticos tradicionais se pôs a percorrer o corredor cultural em que um valioso acervo patrimonial  histórico  o  deixou impressionado pela preservação, a qual retrata a nossa história  colonial e  também   na simbologia expressada através dos monumentos  ao  longo da cidade.

Por que o belíssimo monumento  a  D. Pedro I, cuja obra artística e magnífica retrata o poder do Imperador, está localizada à praça em que homenageia o  grande  mártir  e herói nacional,Tiradentes, revolucionário alferes que tentou libertar o Brasil das égides portuguesas?

Por que o majestoso e imponente bronze de corpo inteiro de Tiradentes, à frente  da câmara estadual (Palácio Tiradentes), está  ao lado do Paço Imperial – primeira residência de D.João VI ao aportar no Brasil em 1808- onde inclusive mantem-se a beira do cais das barcas o monumento do monarca montado  num cavalo com as ensignas do reinado de Portugal, a ornamentar o belo conjunto histórico no amplo espaço urbano denominado de Praça XV de novembro, data comemorativa a Proclamação da República?

Sem ter argumentos e como explicar tal  incongruência, embora houvesse constatado desde quando era estudante, limitava-me a dizer que essa situação contraditória, deveu-se  por atitudes tomadas e criadas pelas “autoridades” ao longo dos anos em que suas passagens pautaram às administrações públicas passadas.

Moral da história: Sem comentários, os fatos falam por si e dizem tudo...

Ah...”esses  turistas ávidos por conhecimentos” quando situações estranhas se apresentam aos seus olhos deixando sem ação diante de tais distorções, ou mesmo aberrações históricas, tornam-se passivamente personagens de deliciosas piadas de contexto bastante pitoresca...

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