Convidados por um amigo a participar no fim de semana em sua casa de veraneio, na aprazível localidade de Itaipava, Petrópolis, RJ, para proporcionar o ilustre cidadão português, renomado catedrático, historiador e pesquisador que visitava o Brasil, aceitamos o honroso e amável convite, cujo cunho didático em muito nos interessava.
Após um dia proveitoso às visitações a cidade Imperial de Petrópolis, entre passeios, pesquisas e copilação de dados históricos, retornamos à casa cuja noite gélida nos aguardava bem aconchegante e informal e me pus a conversar expondo meus pargos estudos históricos baseados nos renomados historiadores como: Azevedo Correia, Rocha Pombo, Hélio Silva, etc...os quais reverenciados condignamente pelo Prof. Monsanto.
Entre a gama de assuntos conversados, a nossa história sem dúvida era a tônica, no que pese a versatilidade cultural do português. Diante da sua descontração e simplicidade que nos deixava a vontade e a espirituosidade através de um estilo piadista, de repente nos indagou fazendo alusão ao anedotário brasileiro - onde os portugueses são eternos personagens – sobre algo que fundiu sua caixola e o intrigava.
Em visitação a cidade do Rio de Janeiro, afora os pontos turísticos tradicionais se pôs a percorrer o corredor cultural em que um valioso acervo patrimonial histórico o deixou impressionado pela preservação, a qual retrata a nossa história colonial e também na simbologia expressada através dos monumentos ao longo da cidade.
Por que o belíssimo monumento a D. Pedro I, cuja obra artística e magnífica retrata o poder do Imperador, está localizada à praça em que homenageia o grande mártir e herói nacional,Tiradentes, revolucionário alferes que tentou libertar o Brasil das égides portuguesas?
Por que o majestoso e imponente bronze de corpo inteiro de Tiradentes, à frente da câmara estadual (Palácio Tiradentes), está ao lado do Paço Imperial – primeira residência de D.João VI ao aportar no Brasil em 1808- onde inclusive mantem-se a beira do cais das barcas o monumento do monarca montado num cavalo com as ensignas do reinado de Portugal, a ornamentar o belo conjunto histórico no amplo espaço urbano denominado de Praça XV de novembro, data comemorativa a Proclamação da República?
Sem ter argumentos e como explicar tal incongruência, embora houvesse constatado desde quando era estudante, limitava-me a dizer que essa situação contraditória, deveu-se por atitudes tomadas e criadas pelas “autoridades” ao longo dos anos em que suas passagens pautaram às administrações públicas passadas.
Moral da história: Sem comentários, os fatos falam por si e dizem tudo...
Ah...”esses turistas ávidos por conhecimentos” quando situações estranhas se apresentam aos seus olhos deixando sem ação diante de tais distorções, ou mesmo aberrações históricas, tornam-se passivamente personagens de deliciosas piadas de contexto bastante pitoresca...