06:24hs
Terça Feira, 16 de Julho de 2024

Leia nossas últimas edições

Leia agora o Correio do Papagaio - Edição 1865
Opinião
31/10/2013 17h44

Tempos de Evanil (Parte II)

Filipe Gannam

por Filipe Gannam


(Louco para rever minhas paixões da época que constavam de uma lista de mais de setenta meninas, me enraivecia e pensava: − será que este cara não desconfia?).

Engraçado foi um dia em que o ônibus fazia uma de suas habituais paradas para almoço em Três Pinheiros e encontrei o Severino por lá. Tive certeza de que estava num dos ônibus de outra linha, mas ele contou-me que naquele dia, não estava em trabalho estava de férias e em lua-de-mel.

Coincidência ou não, foi neste hotel fazenda que passei minhas duas primeiras noites da lua-de-mel. Só que  não podia imaginar isto, tantos anos antes.

Hoje, dificilmente um estudante universitário já não tem o próprio carro, para ir ao Rio, sem necessitar de ônibus, passagens no câmbio negro, submeter-se a horários determinados e outros desconfortos.  E, quem vê o conforto e a modernidade dos ônibus atuais, os horários tão aumentados, não pode imaginar a epopeia que era uma viagem para o Rio, naqueles tempos saudosos que se foram e nunca mais hão de voltar.

(Três canhotos de passagens, das centenas que usei durante tantos anos  permanecem comigo até hoje. O primeiro, do dia 13 de março de 1966, domingo, quando embarquei à tarde para o início de meu curso na Faculdade Nacional de Medicina. O segundo, de setembro daquele ano, quando, com muita alegria, vim passar a Semana da Pátria aqui.  Armando, meu colega, escreveu uma mensagem de boa viagem atrás e nunca quis jogá-la fora. O último deles, de 2 de abril de 1974 foi de uma viagem que fiz até Resende, onde, naquela data iria inaugurar o consultório. Naturalmente, o bilhete, já, da Santa Bárbara, não era quebrado e constava nele uma viagem até o Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que fui para aqueles lados e não cheguei até a capital. Existe também um retrato tirado na entrada lateral da faculdade. Eu abria um largo sorriso, o que não é normal, principalmente em fotografias e acenava com duas passagens  uma minha e uma de minha irmã. Eram os últimos dias de aula de 1966).

(Não posso deixar de registrar a doce lembrança de um dia qualquer, no outono de 1974 quando o letreiro de meu primeiro consultório foi substituído. Quando eu o abri, coloquei um que era feito de isopor, com as letras pintadas. Era moda em Resende. Dias depois, pelo sol e pela chuva, estava todo desbotado e feio. Encomendei de um gaúcho, Nilton, grande pintor de quadros e outras coisas, que residia num porão de meu pai e que era muito inteligente, um belo letreiro pintado à mão. Marquei o dia para que fosse enviado pelo ônibus da Santa Bárbara. Fui andando de meu consultório até a Dutra (não era longe, bastava atravessar a Estrada de Ferro), o motorista “Azeitona” parou e o menino que eu havia contratado para carregar o letreiro até lá, pegou- o no porta-malas e lá fomos nós...).

PUBLICIDADES
SIGA-NOS
CONTATO
Telefone: (35) 99965-4038
E-mail: comercial@correiodopapagaio.com.br