25/08/2022 18h40
Após críticas, Fiesp divulga nota em defesa da liberdade de expressão
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou nesta quinta-feira, 25, nota em que manifesta posicionamento em defesa da liberdade de expressão. A iniciativa acontece depois de a entidade ter recebido crÃticas de integrantes do setor industrial por ter articulado o manifesto em defesa da democracia, que representava apoio do empresariado aos tribunais superiores.
Há irritação entre alguns industriais com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação da PolÃcia Federal contra empresários bolsonaristas que, em um grupo de Whastapp, defenderam um golpe de estado no caso de eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na terça-feira, em evento de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou: "cadê a turma da cartinha pela democracia?", ao alegar que a operação que atingiu empresários bolsonaristas era antidemocrática.
Diante dos questionamentos - não só de Bolsonaro e seus aliados polÃticos, como de parcela do empresariado -, a Fiesp decidiu marcar posição e falar em nota o que, na visão de alguns dentro da entidade, seria óbvio: a defesa da democracia abarca a defesa da liberdade de expressão.
A opção da Fiesp em defender a liberdade de expressão responde aos crÃticos que reclamavam do silêncio da entidade, que recentemente foi protagonista da defesa da democracia e dos tribunais superiores. Não há, no entanto, nenhuma crÃtica direta ou indireta ao STF e a Moraes no texto.
A Federação decidiu pura e simplesmente informar que entende que a defesa da democracia por si só traz implÃcita a defesa da liberdade de expressão. O movimento pretende silenciar crÃticos, sem atacar o Judiciário.
"Na defesa do Estado Democrático de Direito feita pela Fiesp e outras entidades, está implÃcita, obviamente, a defesa de todos os seus pilares, o que inclui a liberdade de expressão e de opinião e imprensa livre", diz a sucinta nota da instituição. "Esses são valores inegociáveis", diz a entidade ao encerrar a nota.
Fonte: Estadão Conteúdo