10/07/2022 19h10
Após morte de petista no PR, presidenciáveis manifestam preocupação
Presidenciáveis manifestaram preocupação com uma possÃvel escalada da tensão nas eleições deste ano e foram à s redes neste domingo, 10, condenar a violência durante a campanha eleitoral, que só começa oficialmente em agosto. O estopim para que os pré-candidatos se posicionassem a respeito do assunto foi a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu (PR) neste sábado, 9, durante uma festa de aniversário com decoração inspirada no Partido dos Trabalhadores (PT). O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não se manifestou sobre o assassinato.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou em suas redes sociais e prestou solidariedade à s famÃlias. "Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famÃlias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", escreveu.
Em sua publicação, Lula também pediu "compreensão e solidariedade com os familiares" de José da Rocha Guaranho e sugeriu que ele foi influenciado pelo "discurso de ódio" do presidente Jair Bolsonaro.
O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse que o ódio polÃtico precisa "ser contido", citando a morte de "dois pais de famÃlia" fruto de uma "guerra absurda, sem sentido e sem propósito". "É triste, muito triste, a tragédia humana e polÃtica que tirou a vida de dois pais de famÃlia em Foz do Iguaçu. O ódio polÃtico precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas."
Em nota à imprensa, a senadora Simone Tebet (MDB) afirmou que os episódios de violência refletem o acirramento da polarização polÃtica no PaÃs, fenômeno ao qual sua pré-candidatura se coloca como alternativa. "Lamento profundamente as mortes violentas em Foz do Iguaçu. Me solidarizo com as famÃlias de ambos. Mas o fato é que esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização polÃtica que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando", afirmou a presidenciável.
O deputado federal André Janones (Avante) afirmou considerar inexplicável que a "paixão" por convicções polÃticas seja capaz de causar tragédias como a de Foz do Iguaçu. "O debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções polÃticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências à s famÃlias", publicou ele.
Já o pré-candidato Luciano Bivar (União Brasil) descreveu como "doença" a causa de episódios como esse. "InadmissÃvel onde chegamos. Esta doença 'polÃtica' contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina", afirmou.
Outros episódios de ameaça e intimidação a eventos e pessoas relacionadas à pré-campanha presidencial ocorreram nas últimas semanas. Ao menos dois atos polÃticos do PT registraram ocorrências contra os participantes por parte de crÃticos ao partido.
Em um deles, no Rio, uma bomba caseira com fezes foi lançada contra o público que assistia ao ato do qual participava o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, na última quinta-feira, 7. Em outra ocasião, no mês passado, um drone despejou um lÃquido malcheiroso sobre apoiadores do ex-presidente em Uberlândia (MG).
Recentemente, o juiz Renato Borelli, responsável pela ordem de prisão preventiva contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, passou a relatar o recebimento de ofensas e ameaças em suas redes sociais. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), insatisfeitos com a condenação, fizeram comentários xingando o magistrado e acusando-o de favorecer a esquerda. Como mostrou o Estadão, porém, ele já havia emitido condenações a polÃticos de outros partidos antes, inclusive do PT. Na última quinta-feira, o carro de Borelli foi atingido por um artefato contendo terra, ovos e estrume enquanto o juiz se locomovia em BrasÃlia.
Fonte: Estadão Conteúdo