04/08/2022 17h40
Delegados de polícia fazem manifesto em apoio à democracia e à Justiça Eleitoral
Cento e doze delegados da PolÃcia Civil de São Paulo lançaram um documento Carta Aberta dos Delegados de PolÃcia pela Democracia. Trata-se da primeira manifestação de policiais depois do lançamento do manifesto Estado de Direito, Sempre!, que deve ser lido no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Entre os subscritores da carta estão o ex-delegado-geral da PolÃcia Civil de São Paulo Domingo de Paulo Neto e o ex-diretor da Agência Nacional de Inteligência (Abin) Mauro Marcelo de Lima e Silva, além de outros delegados de classe especial - topo da carreira policial civil.
O documento diz que os subscritores da carta "conscientes do papel institucional do delegado de polÃcia de ser o primeiro garantidor da legalidade e da justiça, manifestam a crença nos valores da democracia e da cidadania, rechaçando qualquer tentativa de desrespeito à ordem constitucional ou arroubos autoritários". A carta prossegue afirmando que "a democracia é um valor constitucional consagrado na Constituição Cidadã, e seu conteúdo deve ser construÃdo dia a dia pelas instituições, em especial pelas agências de controle que integram o sistema de justiça, a exemplo da PolÃcia Civil".
Os delegados lembram o arbÃtrio durante a ditadura militar e afirmam que em um "Estado Democrático de Direito, a PolÃcia Civil, tem o papel constitucional da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio e a função de polÃcia judiciária e apuração das infrações penais, não sendo possÃvel compactuar com qualquer atentado à lei e aos bens que devem ser protegidos constitucionalmente".
Os delegados demonstram apoio à Justiça Eleitoral. "A reboque, o papel da polÃcia judiciária é o de órgão auxiliar da Justiça Eleitoral, inclusive na persecução dos crimes praticados contra a administração da justiça." O documento conclui reafirmando que os signatários reafirmam sua "disposição pela luta para garantia e defesa do Estado Democrático de Direito, pelo respeito aos três Poderes, bem como do processo eleitoral, que representa a vontade do povo e assim deve ser acatada". "Em suma, parafraseando Ulysses Guimarães: "traidor da Constituição é traidor da Pátria. Temos ódio e nojo à ditadura!"
Fonte: Estadão Conteúdo