03/08/2022 18h40
Guedes: Teto foi furado em contexto de pandemia e não será furado toda hora
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que havia muito pessimismo sobre a situação fiscal do Brasil, mas o governo está conseguindo o primeiro superávit primário anual desde 2013 e o teto foi violado por questão emergencial da pandemia e não será furado toda hora.
A relação entre a dÃvida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), que os analistas previam que fosse superar 100%, agora está em 78,2%, afirmou Guedes para um auditório lotado no evento da XP nesta quarta-feira.
"Vamos usar dividendos estatais e manter o superávit primário", afirmou o ministro. "Quando nos perguntam se violamos o teto, a resposta é sim, porque o teto impede o governo de investir", disse Guedes, afirmando que isso ocorreu por causa dos gastos extras exigidos pela pandemia, uma situação não prevista.
"Nós não vamos morrer por um princÃpio de austeridade, vamos respeitá-lo", afirmou o ministro. "Não vamos furar o teto toda hora."
Guedes disse que é de uma geração onde se levava 15 anos para resolver uma crise fiscal no Brasil. Agora, em cerca de um ano e meio se resolve. "Fizemos um fiscal forte; não demos subsidio à gasolina, reduzimos impostos", afirmou.
'Reforma administrativa invisÃvel'
O ministro da Economia afirmou que o governo fez uma reforma administrativa invisÃvel, com a digitalização de serviços, além de uma reforma tributária silenciosa, com a redução de impostos. As declarações foram feitas durante o evento Expert, da XP.
Guedes ainda declarou a reforma tributária precisa ser concluÃda pelo Senado. Pela proposta aprovada pela Câmara, haverá a taxação de dividendos, correção da tabela de Imposto de Renda Pessoa FÃsica (IRPF) e queda nas alÃquotas para empresas.
O ministro também fez um balanço das realizações do governo ao afirmar que foram celebrados diversos acordos comerciais nos últimos três anos e que as tarifas de importação foram reduzidas pela primeira vez nos últimos 40 anos.
Entre eles, o Mercosul assinou um acordo de livre comércio com Cingapura e os paÃses do bloco sulamericano chegaram ao consenso para a redução em 10% da Tarifa Externa Comum (TEC).
"A economia está avançando em todas as dimensões. Às vezes, a polÃtica bloqueia um caminho e vamos pelo outro. O Brasil está condenado a crescer. Temos R$ 890 bilhões em investimentos já contratados para 10 anos. Estamos com 3 milhões de empregos formais desde o fundo do poço", disse.
Fonte: Estadão Conteúdo