31/10/2022 12h51
Líderes de caminhoneiros minimizam protestos e defendem resultado da eleição
Ao menos três lÃderes dos caminhoneiros disseram que os protestos em rodovias do PaÃs reúnem alguns motoristas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) descontentes com o resultado das eleições, mas não refletem demandas da maior parte da categoria. Os protestos incluem manifestantes que não são caminhoneiros, segundo os lÃderes.
"Eu não vejo 100% da categoria. São pessoas que estão descontentes com o resultado das eleições. A gente está tentando levantar de onde está saindo o movimento", disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de VeÃculos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão. Em relação à s imagens que circulam em grupos de WhatsApp e redes sociais, que falam em intervenção militar para reverter o resultado do pleito, Chorão foi categórico: "Fico muito triste de muitas pessoas usarem o nome dos caminhoneiros. Não luto e nunca vou lutar contra a democracia do PaÃs. Minha linha é mais de pacificação, conversar, dialogar e unificar o PaÃs".
O representante disse não acreditar na persistência dos protestos. "Os caminhoneiros têm que lutar pelo nosso segmento, pelo transporte. A diferença do presidente eleito em relação a Bolsonaro foi de 1 milhão e poucos votos. Não tem como falar que vai parar o PaÃs por polÃtica." Segundo Chorão, a categoria entregou as pautas do setor aos presidenciáveis e seguirá interlocução com o novo governo.
Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, também vê os protestos como pontuais. "Eu acredito que tenham o direito de protestar, só que eles têm que aceitar a democracia e não ficar travando a pista, porque está atrapalhando a vida de todo mundo. Assim como aceitamos a vitória do Bolsonaro em 2018, agora eles têm de aceitar a vitória do Lula".
"Se for uma paralisação para reivindicar algum direito da classe, a classe terá meu apoio. Se for uma paralisação polÃtica, para atrapalhar o governo do Lula, não terá o meu apoio. Acho que autoridades têm de tomar providências porque não pode cercear o direito de ir e vir das pessoas que estão na via. É assim que os bolsonaristas falavam quando a gente ia reivindicar alguma coisa contra o governo Bolsonaro.", ressalta Alves.
PlÃnio Dias, diretor-presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), disse que não há indÃcio de paralisação ampla de caminhoneiros autônomos. "Vi alguns vÃdeos e são pessoas desconhecidas e acho que também nem são caminhoneiros", apontou.
Fonte: Estadão Conteúdo