28/12/2022 17h40
PF diz que Bolsonaro cometeu crime ao associar vacina da covid ao vírus da aids
A PolÃcia Federal (PF) disse nesta quarta-feira, 28, que vê crime do presidente Jair Bolsonaro (PL) por associar a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver o vÃrus da aids.
A afirmação consta no relatório final da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada Lorena Lima Nascimento.
De acordo com o documento, o presidente atentou contra a paz pública. Um relatório parcial da investigação já havia atribuÃdo ao presidente os delitos de incitação ao crime.
A PF afirma que Bolsonaro agiu de maneira "consciente e voluntária" ao espalhar informações falsas sobre a vacinação e "incentivou" a população a descumprir medidas sanitárias preventivas contra a covid-19.
O presidente disse, em live no dia 21 de outubro de 2021, que a população do Reino Unido estaria "desenvolvendo a sÃndrome de imunodeficiência adquirida aids" após a imunização completa contra o novo coronavÃrus.
Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou, citando um suposto estudo atribuÃdo ao imunologista Anthony Fauci, que "a maioria das vÃtimas da gripe espanhola não morreu de gripe espanhola, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara". Na época, as máscaras eram obrigatórias em locais públicos no Brasil.
A live foi excluÃda do YouTube, do Instagram e do Facebook por violar as diretrizes de desinformação médica sobre a covid-19 das plataformas.
Além de Bolsonaro, a PF também atribui crimes ao ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, apontado como responsável pela produção do material divulgado na live.
O inquérito foi aberto a partir de uma representação do senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI da Covid. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já pediu o arquivamento do caso, alegando que os fatos já estavam sob apuração na PGR.
Fonte: Estadão Conteúdo