27/10/2022 16h50
Polícia Civil pede imagens de tiroteio que interrompeu campanha de Tarcísio em SP
A PolÃcia Civil de São Paulo requisitou acesso à s imagens registradas pela imprensa durante o tiroteio que interrompeu agenda do candidato ao governo paulista TarcÃsio de Freitas, do Republicanos, no dia 17 de outubro, em Paraisópolis. Em nota, a corporação informou que segue o padrão de apuração que é adotado quando há morte em decorrência de oposição à intervenção policial, como sugere a principal linha de investigação do caso. Felipe da Silva Lima, de 27 anos, que já tinha passagem pela polÃcia, morreu durante a troca de tiros.
Por constituÃrem "importante meio de prova", a PolÃcia Civil requisitou imagens não apenas da imprensa, mas também das câmeras corporais de policiais que estavam na ocorrência e dos comércios da região. A solicitação não é direcionada a uma emissora especÃfica, mas a todas que cobriam o ocorrido.
A nota também esclarece que policiais do Departamento Estadual de HomicÃdios e de Proteção à Pessoa (DHPP) "já ouviram diversas pessoas envolvidas direta ou indiretamente com os fatos e também solicitaram exames periciais para o local, veÃculo e armas de fogo".
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, um integrante da equipe de TarcÃsio teria solicitado a um cinegrafista da Jovem Pan que apagasse imagens do tiroteio. Em diálogo gravado, um suposto assessor do candidato argumenta que o vÃdeo poderia expor as pessoas que estavam no local.
As imagens, contudo, já haviam sido enviadas à Jovem Pan, que afirma tê-las transmitido integralmente. A campanha de TarcÃsio nega que tenha tentado interferência na apuração do caso.
Repercussão em campanhas
O caso tem sido explorado nas campanhas eleitorais do PT e do PL. No mesmo dia em que ocorreu o tiroteio, a propaganda eleitoral do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) começou com um "aviso" mencionando o episódio. O narrador da inserção afirmava que TarcÃsio, afilhado polÃtico do presidente, foi "atacado por criminosos", embora essa tese não tenha comprovação pelas forças de segurança de São Paulo.
O adversário de TarcÃsio na disputa pelo governo do Estado, Fernando Haddad (PT), também aborda o tiroteio. Em entrevista ao Estadão e à Rádio Eldorado na quarta-feira, 26, o petista fez questão de destacar o suposto pedido de exclusão dos vÃdeos e afirmou que essa atitude é "tÃpica de quem não confia na apuração de crimes" e na segurança pública.
LEIA A NOTA DA POLÃCIA CIVIL DIVULGADA NESTA QUARTA-FEIRA, 26:
A PolÃcia Civil, cumprindo sua missão constitucional de apurar crimes, e considerando a repercussão do fato, o interesse e indagações constantes de vários veÃculos de comunicação, deixa claro que: o Departamento Estadual de HomicÃdios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga as circunstâncias da morte de Felipe da Silva Lima e da tentativa de homicÃdio praticada contra policiais militares, ocorridos nas proximidades de um polo universitário da comunidade do Paraisópolis, que estava sendo inaugurado naquela data e onde se encontrava o candidato ao governo do Estado TarcÃsio de Freitas.
Os policiais do DHPP já ouviram diversas pessoas envolvidas direta ou indiretamente com os fatos e também solicitaram exames periciais para o local, veÃculo e armas de fogo. Como deve ocorrer nas apurações policiais em que há morte decorrente de oposição a intervenção policial, e por ser importante meio de prova, foram requisitadas as imagens das câmeras corporais de policiais que estavam na ocorrência, dos comércios da região e, também, as imagens de profissionais de órgãos de imprensa que estavam cobrindo o evento. As investigações procedem dentro do prazo legal e com o acompanhamento do ministério público estadual, como estabelecido por ler e, quando concluÃdas, serão encaminhadas à apreciação do juÃzo competente.
Fonte: Estadão Conteúdo