06/09/2022 13h30
SImone Tebet promete estabelecer mandato para direção-geral da Polícia Federal
Presidenciável pelo MDB, Simone Tebet, disse nesta terça-feira, 6, que, se eleita em outubro, irá estabelecer mandato para a direção-geral da PolÃcia Federal, seguindo uma lista trÃplice a ser indicada pela corporação, além de garantir total autonomia administrativa para evitar ingerência polÃtica.
"Faço um compromisso com mandato para que a PolÃcia Federal possa exercer sem ingerência polÃtica seu papel como polÃcia forte que é", afirmou após se reunir com a Associação dos Delegados da PolÃcia Federal (ADPF) em BrasÃlia,
Ela também fez uma crÃtica indireta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que é, inclusive, investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas interferências na corporação ao se comprometer com total autonomia da PF. "Tivemos quatro diretores nos últimos quatro anos. Isso é inconcebÃvel, desorganiza a estrutura e quem sofre é o estado. Não existe polÃcia forte sem autonomia".
Uma outra demanda da ADPF com a qual Tebet se comprometeu "na medida do possÃvel foi a realização de concursos públicos. Ela porém admitiu que a hipótese de realizá-los no primeiro ano é improvável.
Com um orçamento apertado para 2023, Tebet disse que concurso público para a PF "não é despesa, é lucro". Ela falou sobre os recursos "devolvidos aos cofres públicos" pela corporação no combate ao crime que, segundo ela, giram em torno de R$ 40 bilhões ao ano. "Se tivesse um efetivo maior, quanto não seria esse valor? A gente sabe fazer essa conta", afirmou, prometendo ainda a recriação do Ministério do Planejamento para manejar esses recursos.
Escolha de PGR
Em outro evento, Simone Tebet defendeu também a indicação para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) por meio da lista trÃplice se torne constitucional.
"Está fazendo falta essa independência do Ministério Público, de não ter um procurador geral que veio realmente de uma lista votada pela instituição e que hoje, por ter sido escolhido por livre nomeação, acha que deve subserviência, servidão ao presidente da República", disse a senadora após reunião com a diretoria da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) em BrasÃlia.
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro ignorou a lista trÃplice por duas vezes ao indicar Augusto Aras, em 2019 e 2021, para o cargo. Ela também criticou Aras por ter negado a continuidade das investigações contra Bolsonaro sobre assuntos relacionados à compra de vacinas na pandemia da covid-19.
A lista trÃplice é composta por três nomes votados internamente pelos procuradores à s vésperas de vencer o mandato de dois anos do procurador-geral no comando da PGR. O mandato de Aras vai até setembro do ano que vem. Como já foi reconduzido uma vez, ele não poderá ser novamente indicado pelo próximo presidente.
Até a gestão do ex-presidente Michel Temer, os chefes do Executivo mantinham uma tradição de indicar o nome mais votado da lista apresentada pelos procuradores. O emedebista, contudo, conduziu Raquel Dodge ao cargo, que havia sido a segunda colocada.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, também não se comprometeu ainda em seguir a lista trÃplice caso se eleja em outubro.
Fonte: Estadão Conteúdo