12/12/2022 23h50
Tumulto em Brasília; PF isola hotel de Lula e bolsonaristas queimam veículos
O Comando de Operações Táticas da PolÃcia Federal (PF) e a tropa de choque da PolÃcia Militar do Distrito Federal cercaram nesta segunda-feira, 12, o hotel do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após grupos extremistas darem inÃcio a ações violentas em BrasÃlia. Os ataques começaram horas após a cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O tumulto foi iniciado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária do indÃgena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indÃcios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de BrasÃlia.
Os atos ocorreram, de acordo com a PF, em frente ao Congresso, ao Aeroporto Internacional, em shoppings, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde Lula e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin estão hospedados.
Segundo relato de testemunhas, a confusão começou após a PolÃcia Federal prender um dos manifestantes bolsonaristas que se diz indÃgena. Revoltados, grupos começaram a tocar fogo em veÃculos e no meio de vias no centro de BrasÃlia. Pelo menos dois ônibus e vários carros foram incendiados pelos manifestantes.
Um grupo incendiou um ônibus no Eixo Monumental - principal via pública da capital federal - e outros carros foram danificados em frente à PolÃcia Federal. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes tentaram invadir a sede da PF. No Setor Hoteleiro Norte, manifestantes foram contidos com bombas de efeito moral e gás de pimenta.
m nota, a PolÃcia Militar do Distrito Federal informou que o tumulto começou após a prisão de um lÃder indÃgena. "Ãndios tentam invadir o prédio da PF na Asa Norte", destaca o comunicado, ao afirmar que a PM deslocou guarnições "para controlar a situação com a aplicação das forças táticas e Batalhão de Choque".
O Supremo Tribunal Federal (STF), em nota no Twitter, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e "decretou a prisão temporária, pelo prazo de dez dias, do indÃgena José Acácio Serere Xavante, por indÃcios da prática de crimes em atos antidemocráticos."
"Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indÃgenas e não indÃgenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito (Lula) e de ministros do STF", afirmou a Corte, na rede social. "A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito."
Mais cedo, a PolÃcia Militar do Distrito Federal também já havia reforçado a segurança no hotel de Lula após uma discussão entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e militantes petistas.
Fonte: Estadão Conteúdo