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09/06/2010 09h24

A diplomacia brasileira: de coadjuvante a protagonista no cenário mundial

A diplomacia brasileira: de coadjuvante a protagonista no cenário mundial

Entre as várias definições, a diplomacia é conceituada como “a arte e a prática de conduzir as relações exteriores ou os negócios estrangeiros de um determinado Estado ou outro sujeito de direito internacional”.

Hoje, com a globalização o mundo ficou mais estreito e as relações dos Países mais próximas, porém, paradoxalmente, esta aproximação não trouxe a tão esperada paz entre os paises, ao contrário, nos parece que houve um acirramento entre as Nações, especialmente, na área comercial. Diante disso, a Política externa e a Política diplomática ganharam mais notoriedade e se transformaram em poderosos instrumentos nos embates internacionais.

Não temos dúvidas de que a partir do Governo Lula e com uma nova e exitosa Política externa, o Brasil amadureceu, cresceu comercialmente e ganhou reconhecimento dos outros Países, passando de mero coadjuvante para um destacado protagonista na nova ordem mundial.

Aliás, no atual cenário internacional não há mais espaço para que um único País (USA) queira tutelar o resto do mundo. O próprio Chanceler Celso Amorim, comentando o caso do Irã, disse: “É claro que, nesses assuntos delicados de paz e segurança, as coisas são mais difíceis, levam mais tempo, mas os Estados Unidos irão compreender que a participação ativa do Brasil não se faz contra os interesses deles, porque já passou a época em que um só país pode dominar o mundo. Terá que haver uma governança realmente multipolar. Da mesma forma que, para muitos países é difícil entender que o Brasil hoje não só pode agir com independência e defender seus interesses, como também contribuir para a ordem global. O fato é que a emersão dos Bric assustou um pouco, e conforme a gíria americana, há “new kids on the block”.

E graças a esta atuação firme e sensata da diplomacia multilateral do Brasil, capitaneada pelo judicioso Chanceler Celso Luiz Nunes Amorim, o mundo está conhecendo a nossa competência na arte de conduzir as relações exteriores. Aliás, com relação ao Chanceler o consagrado Mineiro, Mauro Santayana, assim o definiu: “Celso Amorim é, em todos os seus gestos e palavras, o menos solene de todos os chanceleres conhecidos. Nenhum outro poderia ser o chefe da diplomacia com Lula.... Amorim não conseguiria o mesmo desempenho com um presidente vindo das velhas famílias do Império, ou das novas famílias de imigrantes enriquecidos em São Paulo”.

Realmente, o Ministro Celso Amorim, ao longo destes sete anos à frente do Itamaraty, tem dado inúmeras demonstrações de sua imensa e indiscutível capacidade profissional. O caso do Irã, por exemplo, é bastante emblemático e demonstra de maneira cabal a competência e a responsabilidade do Governo e da nossa diplomacia.

Diferentemente do noticiado pela grande mídia, o Brasil não entrou nas negociações com Irã de maneira precipitada e unilateralmente, ao contrário, somente após um pedido formal do Presidente Barack Obama ao Presidente Lula, que o País entrou para negociar. Aliás, esta afirmativa é confirmada pelo próprio Ministro Celso Amorim que disse: “O Brasil não iria se envolver na negociação com o Irã sem o respaldo da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos. Naturalmente, não íamos entrar numa coisa desse tipo, ao contrário do que alguns pensam, levianamente. Sempre tivemos em conta opiniões dadas e as preocupações de vários países, sobretudo dos Estados Unidos, porque foi o presidente Obama quem primeiro pediu ao presidente Lula para se interessar sobre a questão”.

Porém, o sucesso das negociações surpreenderam os USA que, imediatamente, reagiram com argumentos insustentáveis e propuseram novas sanções ao Irã. Esta atitude de aparente contradição, não passa da velha empáfia imperialista que acostumados a moldar o mundo a seu bel-prazer, não aceitam novos atores atuando, de forma independente, no cenário mundial.

Mas afora esta deplorável atitude do Governo Obama, vale mesmo ressaltar, a nova postura da diplomacia e da Política externa do Governo Lula que coloca o Brasil, de uma vez por todas, no centro dos debates internacionais como um verdadeiro País soberano, independente, autônomo e com uma poderosa marca de conciliador. E como bem assinala o brilhante colunista Mauro Santayana, “nós não temos armas atômicas, não dispomos de exércitos numerosos e bem equipados, mas somos chamados a manter o bom-senso, e manter o bom-senso é exercer a ousadia moral. Digam o que disserem os quislings domésticos, o Brasil ganhou o respeito do mundo ao buscar a paz no Oriente Médio. Se contribuirmos para evitar o conflito, nosso será o mérito; se não houver o êxito, fica, na História, o testemunho de um esforço destemido e honrado – e não menos meritório”.

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