Os músicos de Minas Gerais e de todo o país têm até o próximo dia 03 de julho para se inscrever no 36º Festival de Música de Cruzília. A inscrição é ilimitada e teve início no último dia 26 de abril. Apenas 30 músicas serão selecionadas para o evento, que acontece no município há 46 anos.
O edital de inscrição foi divulgado no último dia 29 de maio. Os candidatos podem fazer a inscrição pela internet, via correio ou pessoalmente na Secretaria Municipal de Cultura, dos Esportes e do Turismo, no próprio município cruziliense.
Nesta edição, cada participante poderá inscrever até três músicas de autoria individual ou em parceria, com taxa de inscrição no valor de R$ 20,00 por música. Pelo edital, não será permitida a inscrição de músicas que já foram premiadas entre as cinco melhores em edições anteriores.
As apresentações serão distribuídas em três dias de festival (28, 29 e 30 de julho), sendo que no domingo (30) será o encerramento com entrega das premiações aos vencedores. O júri será composto por personalidades ligadas ao meio musical artístico, entre elas, compositores, poetas, escritores, críticos musicais e jornalistas.
Nesta edição do evento, o cantor Oswaldo Montenegro participará da noite de sábado (29). A atração será concentrada entorno da Praça Monsenhor João Câncio, onde será montado um palco e praça de alimentação.
De acordo com a Secretaria de Cultura de Cruzília, o Festival é uma manifestação musical de resistência contra a massificação e o consumismo. O evento, conforme informado pela pasta, é voltada para a qualidade musical.
O Festival do município teve início na década de 70, sendo criado oficialmente em 1972. O encontro que premia músicos surgiu por um grupo de jovens da cidade que, de alguma forma, na época, abriram mão de seus afazeres para incentivar a iniciativa.
Acredita-se que mais de 15 pessoas fizeram parte do desenvolvimento do projeto na cidade. São elas: Berenice Maciel, Adolfo Maurício, Lúcio Roberto, Darlene, Jaiminho, Maura Diniz, Palmira, professor Saulo, Waldemar Arantes, Paulo Tadeu, Maria Alice, Eurico, professor Sebastião, Mara Lúcia, Maria Rita e Ângela.
Ainda, de acordo com pessoas ligadas ao movimento cultural do município, os idealizadores do Festival criaram esta proposta em um momento de censura, de medo, durante a Ditadura Militar, ou seja, o evento musical encantava as pessoas justamente por ser uma época de repressão. Com a música era possível fazer com que as pessoas subissem ao palco e cantassem e que expressassem suas opiniões.
Em época de guerra e conflito cultural, a música pode ser considera um dos gêneros artísticos mais populares da liberdade de expressão da história brasileira. A música está presente em todas as classes sociais, tornando-se uma eficaz ferramenta para o sentimento humano.
E é exatamente desta maneira que, em Cruzília, a música age como fator determinante para a boa formação de sua cultura popular, bem como, para a boa educação de sua população.
Por toda sua importante tradição histórica, o Festival de Música de Cruzília é reconhecido no Sul de Minas como um dos mais tradicionais eventos musicais. Por conta disto, o evento está registrado como Bem Imaterial junto ao IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais).